quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

Facebook bloqueia contas sem avisar
Ninguém está livre de ver a sua conta de Facebook bloqueada. Segundo o jornal i, é mais fácil do que parece ficar proibido de entrar na própria conta durante alguns dias. Fotografias de nudez, muitos seguidores, muitas mensagens partilhadas e várias denúncias são as razões apresentadas pela empresa.
As contas do Facebook podem ser bloqueadas, e o utilizador só o sabe quando deixa de conseguir entrar. Sem ser avisado, ninguém está isento de poder ficar com a conta bloqueada devido a fotos impróprias ou a muitos seguidores
Facebook bloqueia contas sem avisar

O jornal i falou com alguns “banidos” da famosa rede social, que apontaram a nudez como o problema mais comum. No entanto, vários não chegaram a saber a razão e nem conseguiram obter uma justificação técnica da empresa. Os 'castigos' podem ser de 24 horas ou de três, sete e 30 dias
Miguel Somsen, jornalista, afirmou que “depois de ser apanhado uma, duas, três vezes” decidiu “apagar tudo o que fosse suspeito mas isso não impediu o Facebook de o punir uma quarta vez por uma foto que já apagara”.
Também Cátia Matias, gestora de redes sociais, foi punida sem qualquer informação: “Tentei aceder ao Facebook e quando colocava a palavra-passe não dava. 24 horas depois consegui aceder e percebi que tinham bloqueado a conta por ter uma imagem de capa com as mamocas da Kate Moss”, contou ao i.
O comentador Daniel Oliveira conseguiu falar com um técnico a operar em Portugal, que lhe explicou que “em pessoas com muitos amigos e seguidores, é normal acontecer uma onda de spam”.
Os casos mais comuns acusados de “violar os termos” passam por nomes parecidos com figuras públicas, fotos de nudez, fotos privadas como uma mãe a amamentar um filho, ter recebido várias denúncias de outros utilizadores ou ter “demasiados seguidores”.

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Facebook tem nova moda: bloquear o acesso a contas sem avisar.Os casos repetem-se e o i falou com cinco banidos. A nudez é o problema mais comum




Até para responder ao i foi preciso criar uma conta paralela. Foi assim que Miguel Somsen depois de o Facebook lhe bloquear, pela quarta vez, o acesso à sua conta. "O bloqueio é contado ao minuto", explica, e cada vez que tenta "postar ou escrever algo" recebe "uma informação do tempo que falta até voltar a poder usar" sem restrições a sua conta. O mesmo aconteceu a outros quatro utilizadores que a rede social impediu de usarem a sua página pessoal. Os pontos em comum não se esgotam por aqui - nenhum recebeu um aviso prévio do bloqueio ou qualquer resposta às tentativas de contacto com a empresa. Continuam, por isso, sem perceber o que se passou.

A luta de Miguel, jornalista, já vai longa. O problema só o percebeu já com a sua conta bloqueada. "Limitaram-se a informar-me de que determinada fotografia, enviando-me a imagem em questão, tinha violado as normas do Facebook", conta, a recordar a primeira de quatro ocasiões em que de nada lhe serviu apagar a fotografia infractora. "É irrelevante seguir o conselho" da rede social e apagar as fotos antigas, pois estas "já estão marcadas para expulsão".

As infracções prenderam-se sempre com "imagens vintage e artísticas", como a do realizador Roman Polanski e a mulher, Sharon Tate, ou de Sylvia Kristel, a actriz holandesa do filme "Emmanuelle", que morreu em Outubro do ano passado. Miguel assegura que "nunca" exibiu "pornografia ou nudez gratuita". Apenas publicou "brincadeiras" e algumas "fotos com maminhas" ao longo de cinco anos. Garantia que não o impediu de ser "uma, duas e três vezes" bloqueado - por 24 horas, três dias e depois sete, respectivamente.

Na terça-feira foi a quarta, agora por 30 dias e devido "a uma foto que já apagara" da sua conta. Estas punições, defende Miguel Somsen, "servem para não reincidir, nunca para rectificar". O jornalista chegou a enviar um email pedindo que o "informassem" sobre "a melhor forma de apagar tudo o que seria marginal". A resposta nunca veio.

Não é o único a queixar-se do mesmo. Cátia Matias não conseguiu utilizar a sua conta durante 24 horas, embora só se tenha apercebido da proibição ao tentar aceder-lhe.


Também não teve direito a avisos: "Até pensei que estivesse a introduzir mal a palavra-passe, mas tentei duas e três vezes e nada." Só volvido o dia de ausência e devolvido o acesso é que obteve por fim uma explicação: uma imagem de capa (no perfil) com as "mamocas da Kate Moss". Ainda hoje não sabe se a imagem "foi denunciada por alguém" ou se foi "riscada" pelo próprio Facebook, conta a gestora de redes sociais.

Alexandra Silva teve de recuar dois anos para explicar o seu caso. A foto de uma mulher com "seios avantajados à mostra" valeu-lhe cerca de uma semana de restrição no Facebook. "Apenas e tão só", ironiza a historiadora. O castigo repetiu--se há duas semanas, quando um log out automático" a desligou por momentos da rede social: "Ao tentar ligar-me de novo recebi uma mensagem que dizia que recentemente tinha publicado uma imagem com conteúdo de nudez ou pornografia." E assim Alexandra cumpriu três dias "de penitência" por "tão insidioso crime".

Como Miguel, também Alexandra e Cátia foram penalizadas pelas "limitações impostas à exibição de nudez", única frase que os Padrões de Comunidade do Facebook dedicam ao tema. Sem especificar os tipos de imagem ou regras, a rede social, no capítulo dedicado a "Nudez e Pornografia", apenas refere ter "uma política rigorosa que proíbe a partilha de conteúdo pornográfico e qualquer conteúdo sexualmente explícito". Uma alínea entre várias às quais o utilizador dá o aval ao concordar com os seus termos e condições.

Uma regra que o autor do blogue E Deus Criou a Mulher considerou "bizarra", por misturar "nudez, pedofilia e abusos de menores". Também ele viu a página de Facebook, para a qual remetia o conteúdo do blogue - dedicado a imagens de mulheres -, na altura com mais de 10 mil 'gostos', ser apagada sem aviso. Voltou a criar a página, agora com "algumas cautelas para os senhores não se chatearam". No Verão, porém, foi a sua conta pessoal a ser bloqueada durante 24 horas. "Até identificaram cerca de 20 posts da página do blogue passíveis de violar os termos e condições" da rede social, lamentou.




À segunda punição decidiu passar a publicar num grupo privado, onde só com convite se consegue entrar. Nem assim. "Em Novembro voltaram a bloquear a minha conta pessoal por três dias", criticou, devido a algo que publicou "numa página onde só entra quem" o administrador quiser e na qual, à partida, "ninguém vai denunciar nada".

EXCEPÇÃO Por email, o i questionou o Facebook sobre o procedimento que adopta neste tipo de casos, mas até ao fecho desta edição não recebeu uma resposta. Mas já houve quem recebesse, e com direito a trocar mensagens com um técnico da empresa a operar em Portugal. Em finais de 2012, o comentador de televisão Daniel Oliveira ficou com a conta de Facebook "bloqueada de repente". Contava na altura cerca de "5 mil amigos" e milhares de subscritores. "Criei uma página nova e essa bloqueou também", contou ao i, antes de explicar que entrou "em contacto com um responsável do Facebook a trabalhar em Portugal. "Talvez por ter muitos seguidores", suspeita, ao explicar que na altura lhe foi indicado que "existe um procedimento automático, uma espécie de onda de spam, que pode acontecer em contas" com "muitas mensagens partilhadas" ou com "muita gente a denunciar posts". Hoje tem uma página de fãs com mais de 57 mil gostos.

Veja em que situações é bloqueado

OS TERMOS A rede social tem uma página dedicada
aos Padrões de Comunidade, onde define os termos, condições e restrições que os utilizadores devem respeitar. São dez as categorias proibidas: Violência e Ameaças; Automutilação; Bullying e Assédio; Discurso que Incentiva ao Ódio; Conteúdo Gráfico; Nudez e Pornografia; Identidade e Privacidade; Propriedade Intelectual; Phishing e Spam;
e Segurança.

NUDEZ Publicar uma imagem ou fotografia que apresenta o mínimo sinal de nudez pode ser suficiente para passar
uns dias quase sem poder interagir. “Também impomos limites à nudez”, diz a empresa, sem especificar quais. Uma vez bloqueada
a conta, o Facebook só o autoriza a fazer duas coisas: conversar com os seus amigos por chat privado e aceitar pedidos de amizade. De resto, é como se fosse um espectador.

AMAMENTAR Ou publicar imagens que o mostrem.



Apesar de precaver “o direito que as pessoas têm de partilhar conteúdo pessoal importante”, como “as fotos de uma mãe a amamentar um filho”, certo é que há relatos de mães que tiveram as suas contas suspensas devido às fotografias que publicaram.

NOME COMUM Há sempre pessoas que partilham o nome e apelido, uma coincidência que pode valer
a uma delas a expulsão da rede social. Isto porque o Facebook pode interpretar
a coincidência como uma fraude de identidade. “Afirmar que se é outra pessoa viola os termos do Facebook”, lê-se na lista do que não é permitido. Especialmente se o azar lhe der o mesmo nome que a uma personalidade pública (ver casos). “As pessoas relacionam-se utilizando os seus nomes e identidades verdadeiras”, defende a rede social.

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