- Project CARS

Project CARS é um produto criado em comunicação direta com seus fãs. Com experiência de seis anos em desenvolver jogos de forma colaborativa, o time da Slightly Mad desta vez convida consumidores futuros, através de uma rede de financiamento coletivo, a se tornarem investidores, tendo acesso a versões de teste de Project Cars, comentando mudanças e até mesmo sugerindo funções, tudo em uma linha direta com a equipe, além, claro, de contar com a chance futura de partilhar uma fatia do bolo uma vez que o jogo for disponibilizado. Em outubro deste anos, dois anos depois do início do projeto, mais de 250 versões do game foram lançadas, cada qual informada por opiniões de seus jogadores.

O modelo permite que a equipa inclua novidades propostas por jogadores em intervalos de dias, juntando crítica e ação em uma dinâmica que pode não parar apenas no escritório. Além disso, apesar de não contar com uma lista assim tão expressiva de carros, o resultado final promete ser um dos simuladores de motorsport mais versáteis já feitos. O game terá adições como sistemas de clima e horário dinâmicos, a possibilidade de ter um amigo online como co-piloto e a chance de construir  carreiras de menor custo em qualquer uma das disciplinas de corrida disponíveis – incluindo aí turismo, kart, fórmula 1, rally, touring e monopostos.

Um bom mágico nunca revela seus truques? Talvez. Mas, ao colocar potenciais jogadores em contato direto com seu abracadabra, a Slightly Mad Studios pode ter algo fantástico escondido na cartola.

Previsão de lançamento: segundo semestre de 2014
Plataformas: PC, Wii U, Xbox One e PlayStation 4

- Star Citizen

US$ 9,3 milhões. É esta a verba que Chris Roberts, criador do clássico Wing Commander, conseguiu arrecadar com a ajuda de fãs para realizar um objetivo nada modesto: criar o maior, mais completo e imersivo simulador espacial de todos os tempos. E o dinheiro aparenta bem gasto: batalhas em tempo real, naves menor custo, multiplayer online. rotas de comércio exploráveis. bases espaciais com interiores arrendáveis, e economia própria. Está tudo incluso no projeto.

É certo que o jogo não vai ver a cor de uma prateleira (virtual ou não) antes de 2015, mas com Roberts disponibilizando pequenos trechos da ação gradativamente, é possível que o jogo dê bastante o que falar em 2014.

Previsão de lançamento: entre o final de 2014 e início de 2015
Plataformas: PC 

- Banished

Banished apareceu pela primeira vez na forma de vídeos em uma thread do Reddit, e tem chamado pouca atenção deste então além do público cativo do website. Uma pena, já que o jogo de estratégia e simulação, desenvolvido por um único artista, parece abordar o género de maneira extremamente criativa. 

É algo como um Sim City medieval. Ao invés de focar em evolução de cidade e comércio, a prioridade em Banished é sobreviver à natureza selvagem. Garantir abrigo, aquecimento, comida e madeira para seu vilarejo é a meta, e a tarefa é auxiliada por um sistema que permite mexer e adaptar classes de construções de forma a criar uma cidade barata.

Previsão de lançamento: primeiro semestre de 2014
Plataformas: PC

- Massive Chalice

O “final feliz” anda meio fora de moda, até mesmo no que toca o conceito de “final”. Basta dar uma olhada na ideia por trás do enredo contínuo de The Walking Dead, que bebe, ele mesmo, da tradição das histórias em quadrinhos, repletos de universos que, em termos gerais, simplesmente continuam. Massive Chalice, mais outro projeto da Double Fine (Psychonauts, Broken Age) parece resgatar um tema similar, apostando no gênero de estratégia e fantasia em uma colossal aventura épica.

O jogo é dividido em duas camadas: a metade tática de Massive Chalice compreende batalhas em turnos inspiradas por Final Fantasy Tactics e Fire Emblem, que pipocam através de eventos aleatórios e se dão em cenários e situações randómicas. A outra metade do game está em gerir diferentes gerações durante toda uma dinastia, arranjando casamentos, treinando unidades e criando linhagens através de séculos. É um jogo de estratégia em que sua melhor unidade vai invariavelmente morrer (seja em batalha, seja de velhice), o que abre espaço para novas preocupações: é melhor, por exemplo, deixá-la o tempo todo na linha de frente, ou garantir que ela gere herdeiros e passe para frente parte de suas habilidades quando o fim chegar?

Apesar da disputa de Massive Chalice ter um ponto final, o fato de que tudo é gerado aleatoriamente e que você pode transportar seus heróis e suas façanhas para um novo jogo podem garantir uma longevidade e tanto. 

Previsão de lançamento: setembro de 2014
Plataformas: PC (Windows, Mac e Linux)

- DayZ

DayZ não é um nome estranho para muitos, mas a Bohemia e o modder Dean Hall estão basicamente voltando à estaca zero com a versão completa do mod. Pode parecer coisa pequena em um primeiro momento – não é como se ninguém nunca tivesse jogado DayZ afinal – mas a chegada da versão definitiva do game pode atrair uma leva de novos jogadores. 

Principalmente com mudanças significativas em mecânicas fundamentais, que podem amenizar a predominância de situações agressivas entre gamers – por exemplo, o fato que disparos podem danificar vestimentas e itens estocados dentro delas, dificultando a vida de ladrões, ou a nova capacidade de render um jogador com algemas. Animações mais redondinhas e uma inteligência artificial completamente retrabalhada fecham o pacote para futuros sobreviventes digitais. 

Previsão de lançamento: sem uma data oficial
Plataformas: PC

- The Forest

The Forest é mais um dos adeptos da dinâmica cace de dia/seja caçado de noite que se tornou extremamente popular desde Minecraft. Simples, engenhoso e quase um género em si, este tipo de jogo serve como espinha dorsal para um dos projetos mais ambiciosos de 2014. Em The Forest  pode plantar, caçar, derrubar árvores, erguer estruturas e decorar esconderijos em uma selva constantemente moldada por eventos climáticos, mudanças de maré e, claro, sua própria necessidade de coleta. A floresta não é o único elemento vivo: seus adversários, longe de estarem por aí apenas para te devorar, não apenas fazem rondas, mas constroem famílias, códigos morais e crenças.

Claro que muito disso será previamente roteiro, e não gerado randomicamente como em outros jogos do estilo. Mas, ainda assim, ter a chance de aproveitar um universo mais autoral e focado em ambientação do que as paisagens de bloquinhos de Minecraft não é de todo uma má pedida. Considere que a equipa está coletando inspiração de obras como o livro Eu Sou a Lenda e o clássico do cinema de horror, Holocausto Canibal, e é difícil não ficar entusiasmado. 

Previsão de lançamento: início de 2014 (em versão alpha)
Plataformas: PC 

- Transistor

Depois de emplacar o hit Bastion, a SuperGiant Games está de volta com Transistor, e, claro, com o que faz de melhor: criar enredos envolventes mesclando jogo, narração e música em uma única mistura. A relação, desta vez, está ainda mais íntima: Red, a protagonista da história, é, ela mesma, uma cantora, e o narrador, antes oculto no plano de fundo em Bastion, agora aparece na forma da própria arma da heroína. Reunidos em um só elemento, essas partes prometem construir uma trama sci-fi de mistério competente.

Quanto ao jogo em si, a equipa está apostando em um sistema mais amplo. É possível, claro, perseguir inimigos e golpeá-los como todo bom jogo de aventura, mas Red tem a disposição o poder de parar o fluxo do tempo e alencar uma quantidade limitada de ações (correr, atingir um adversário, voltar para uma barricada, por exemplo) que são executados em alta velocidade com o clique de um botão. É um pouco de estratégia de um jogo em turnos casado com o imediatismo de um bom game de ação, e pode render momentos de tirar o fôlego. Afinal, mistura é com eles mesmo. 

Previsão de lançamento: segundo semestre de 2014
Plataformas: PC

Super Time Force

A Capybara Games (de Superbrothers: Sword & Sworcery) aposta no bom e velho shoot em’ up inspirado em Contra, com duas pequenas mudanças. Agora é possível manipular o tempo para corrigir deslizes, além do game permitir jogar cooperativamente sem precisar de conexão online, controllers extras ou mesmo amigos.

Funciona assim:  controla um de diversos personagens como um jogo de tiro 2D normal, mas pode rebobinar a fita toda vez que cometer um erro e voltar a um ponto seguro de sua performance. Mas, diferente do sistema batido de Prince of Persia: Sands of Time, sua falha passada não simplesmente some, mas divide a cena contigo mesmo depois de rebobinada toda a ação, criando efetivamente dois personagens na tela. 

É cedo para dizer se essa ideia vai ou não funcionar, mas fãs de novas propostas e nostálgicos de plantão vão querer acompanhar esta pequena jóia com afinco similar. 

Previsão de lançamento: primeiro semestre de 2014
Plataformas: Xbox 360 e Xbox One

Galak-Z

O objetivo da eqipada 17-bit é simples: atualizar o agora morno género de shooter espacial (marcado por clássicos da velha guarda como Asteroids e R-Type) com ideias e truques dignos dos mais modernos games de tiro e aventura. 

A ação em Galak-Z, visualmente uma homenagem aos Gundams e Robotechs dos anos 80, é apimentada por sistemas de física que reinam o movimento de sua aeronave, do adversário e de peças do cenário, e uma inteligência artificial capaz de realizar patrulhas, se comunicar uns com os outros e agir de acordo com a performance do jogador em batalha. E , claro, vai poder evitar e despistar seus adversários, um elemento estranho para o género, mas que promete trazer uma dinâmica inédita. 

Previsão de lançamento: primeiro semestre de 2014
Plataformas: PlayStation 4

- X

A Monolith Software, como não poderia deixar de ser, está encabeçando o mais ambicioso game para um console Nintendo em 2014. Seguindo nas esteiras de sua outra criação, o elogiado Xenoblade Chronicles (Wii), Tetsuya Takahashi está dirigindo um épico RPG multiplayer em ambientes amplos e um sistema de combate em tempo real focado em combos e posicionamento que pega elementos emprestados de seu último game – desta vez adaptados para comportar robôs gigantes capazes de se transformar em jatos, tanques e motocicletas. 

Pouco se sabe sobre o jogo no momento, mas se Takahashi continuar fiel ao trabalho de Xenoblade, é de se esperar uma gama de equipamentos e armas (de curto ou longo alcance), uma trama envolvente e um sem número de subsistemas além do básico toma lá, dá cá.

O último RPG da Monolith, por melhor que tenha sido recebido pela crítica, nunca realmente pavimentou um novo caminho para o Wii. Não há muitos jogos por aí que sejam algo “tipo Xenoblade”. Mas com 2014 trazendo Super Smash Bros. U e Bayonetta 2, vai ser interessante ver se X vai realmente pegar carona na onda mais hardcore do Wii U no ano que vem.