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A Moeda “surreal” ....Com a chegada do Campeonato do Mundo de futebol os preços disparam, a campanha contra o abuso
segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014
Com toda sua inteligente loucura, Salvador Dalí soube muito bem representar o imaginável. Para muitos, sua visão “surreal” é impossível de entender, mas sua lógica explica muitas coisas hoje no Brasil.
Como diria Salvador Dalí, “O palhaço não sou eu, mas sim esta sociedade monstruosamente cínica e tão ingenuamente inconsciente que joga ao jogo da seriedade para melhor esconder a loucura”.
Quando você imagina o dia-a-dia do brasileiro, e agora em 2014 em tempos de Copa do Mundo, o “surreal” dos custos, tributos e preços praticados no Brasil deixariam Dalí normal demais.
Com uma visão realista, e não “pessimista” como o governo insiste em falar e não enxergar a realidade do brasileiro, alguns brasileiros estão mostrando ao mundo, o estado e o Estado que vive o Brasil. No Facebook, o perfil Rio $urreal – NÃO PAGUE, https://www.facebook.com/riosurreal?ref=ts&fref=ts confirma que Dalí ficaria louco demais em estar num estado normal. O perfil conta com a contribuição de Daniela Name, Andrea Cals e Flavio Soares.
Na mesma lógica, o designer Toinho Castro criou a moeda imaginária, “Surreal”, e a artista Patricia Kalil fez a arte, que representa bem a lógica irreal de preços existentes e praticados no Brasil.
Curtir o Rio $urreal é entender que nosso limite de boa vontade, lucidez, e vergonha na cara já deu o que tinha que dar. Como o próprio perfil coloca, “Esta página divulga e boicota preços extorsivos praticados por bares, restaurantes, lojas e ambulantes no Rio de Janeiro, cidade pré-olímpica”, o seu trabalho é exercer a cidadania e a democracia na economia brasileira. Nós brasileiros estamos cansados de tanto “esculacho”, seja do governo e das práticas de empresários sedentos de lucros irreais. Quando analisamos os preços praticados, percebemos o quanto o Brasil é egoísta, e não tem um projeto de país. O governo arrecada ao extremo e não reduz o custo e o gasto público, e muitos empresários abusam da boa vontade e da irrealidade de consumo existente neste país.
Eu vivo em Santos, como pode ser que um prato de camarão à moda pode custar R$ 220,00? Lá em Maputo, Moçambique, um prato de camarão tigre custa US$ 20,00. E o mais engraçado, o camarão de Santos é de Santos. Essa “à moda” deve ser de Paris.
E quando vemos os exemplos do perfil Rio $urreal, literalmente é um assalto. Estamos sendo assaltados por todos os lados. Por exemplo, conforme o perfil, um misto quente na praia (quem é louco de comer isso na praia?) custa R$ 20,00, na padaria do lado de casa custa R$ 4,00. Um coco em Ipanema custa R$ 6,00, uma cerveja R$ 7,00 (lata e quente).
Existe uma inflação não medida pelo governo, e principalmente, não controlada, pois o mesmo não quer fazer isso. O Rio de Janeiro, e todo o país é muito distante do Planalto.
A iniciativa do perfil Rio $urreal é fantástica. Espero que outras cidades façam o mesmo. E quando digo cidades, digo cidadãos.
E por falar no $urreal do Rio de Janeiro, me lembrei de Bezerra da Silva: