No outro dia falávamos dos problemas de gerir uma resolução 5K, e se isso se faz sentir nos desktops também se faz sentir em escalas mais reduzidas com as resoluções que muitos smartphones e tablets agora oferecem. Opções que depois se fazem sentir no desempenho a nível gráfico...

Foi impressionante ver a velocidade com que os dispositivos mobile apanharam - e superaram - as resoluções que temos nos monitores dos nossos computadores portáteis e de secretária. Se em 2010 a chegada do iPhone 4 com a sua resolução "Retina" (uns agora nada impressionantes 960×640) surpreendeu o mercado, este rapidamente reagiu e respondeu à letra: em breve os smartphones chegavam aos 1280x720; e pouco depois ao 1920x1080 do Full HD... e não se ficaram por aí.

Hoje em dia temos modelos como o LG G3, Nexus 6 e Note 4 com resolução de 2560x1440, superiores à da grande maioria dos monitores e portáteis; só que todos esses píxeis também se fazem sentir no desempenho destes modelos.





Resoluções superiores exigem maior potência gráfica a nível do GPU, e por isso não será de estranhar que todos os modelos actuais com resoluções de 2560x1440, mesmo quando equipados com o mais recente Snapdragon 805, tenham prestações inferiores aos iPhones - que também têm resoluções bem inferiores.

O que interessaria comparar seria plataformas diferentes com resoluções idênticas; ou plataformas idênticas com resoluções diferentes; coisa que infelizmente não é possível fazer com base nos modelos da tabela apresentada. Com esta tabela apenas podemos ver que para a mesma resolução de 2560x1440 (e para o benchmark referido) o Snapdragon 805 supera o Samsung Exynos do Note 4.

Um teste mais interessante seria comparar os resultados do iPhone 6 Plus com um Snapdragon 805 na mesma resolução de 1920x1080, mas infelizmente não há modelo para isso. O mais aproximado seria o Galaxy S5 com um Snapdragon 801, e que fica atrás do A8 da Apple. (Considerando que um 805 consegue manter a 2560x1440 o desempenho gráfico que um 801 tem a 1920x1080... parece-me que os resultados acabariam por ser bastante equilibrados com o iPhone 6 Plus.)

Importa também referir que estes testes se centram mais sobre a capacidade de gerar gráficos 3D à resolução nativa do ecrã, coisa que raramente acontece. Mesmo nos jogos, a maioria opta por renderizar as imagens a uma resolução inferior e depois redimensioná-las para a resolução do ecrã - especialmente quando se fala de resoluções superiores ao Full HD.

Em conclusão: um pouco à semelhança do que acontece com a resolução 5K, estes equipamentos mobile com ecrãs de 2560x1440 são bonitos de se olhar, mas têm hardware que "não faz milagres" quanto a poder gerar todos esses píxeis com a margem de manobra que se gostaria de ter. Mas uma vez que durante a grande maioria do tempo estaremos a olhar para apps simples, páginas do browser, e outras coisas que tais... não se preocupem, que todos esses pixeis estarão a ser usados para vos criar as imagens e texto com a maior nitidez que poderão ter em qualquer ecrã.