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Herdeiro do MeeGo da Nokia, o Sailfish OS da Jolla assume a diferença no aguerrido mundo dos sistemas operativos móveis e tem uma segunda versão ajustada ao ecrã dos tablets e a um modo de funcionamento mais simples.
A Jolla faz parte de um conjunto de startups finlandesas que nasceu das cinzas da Nokia e já no ano passado “mexeu” ponteiros no MWC ao apresentar um conceito diferenciador, onde a principal cunho passava pela ligação às marcas de patrocinadores.
O Sailfish OS, um sistema operativo que acaba por reproduzir muitos dos pontos fortes do falecido MeeGo promovido pela Nokia, é a base da estratégia, mas á falta de fabricantes a entrar no barco da ideia da empresa foi necessário desenvolver também o hardware: um telemóvel e um tablet que conseguiu financiamento através do site de crowdfunding Indiegogo.
O TeK falou em Barcelona com Marko Saukko, Chief Engineer da Jolla, e experimentou a nova versão do Sailfish OS no novo tablet da empresa, que deverá ser distribuído aos subscritores da campanha a partir do final de Maio com um desconto face ao preço de 299 dólares. E as primeiras impressões são positivas.
Sailfish OS e tablet Jolla
A lógica de simplificação está na base do interface do renovado Sailfish OS, onde a utilização das margens do ecrã evitam a movimentação excessiva dos dedos pela superfície, e também o recurso aos botões. Aliás, o próprio tablet foi desenhado para minimizar essa utilização.
A navegação entre aplicações e diferentes ecrãs é fluida e rápida, o controle de som faz-se no ecrã e as tarefas em multitasking são realizadas de forma mais eficiente. E o próprio sistema garante ser “consciente” a nível da privacidade e funcionalidades de personalização.
As funcionalidades do interface, melhorias das notificações e visualização de eventos e a passagem entre as várias funções são pontos fortes na experiência curta no stand da Jolla.
Mas o que acontece a nível das aplicações? O Chief Engineer da Jolla garante que as aplicações Android são suportadas pelo sistema operativo Sailfish OS sem problema. E até exemplificou.
Quanto à possibilidade de atraso na implementação das novidades introduzidas nas novas versões do Android, Marko Saukko afastou a existência de qualquer problema. Mesmo que esse atraso exista, e seja reconhecido pela Jolla, “os programadores têm de desenvolver as suas aplicações para as versões mais antigas do Android porque a taxa de upgrade é lenta”, justifica. Por isso a Jolla garante que consegue acompanhar a evolução para as principais funcionalidades.
Com a introdução do Sailfish OS 2.0 a Jolla dá também um novo passo com o suporte à arquitetura Intel. A empresa está a trabalhar com diferentes plataformas técnicas e chipsets para facilitar o alargamento de parceiros e a produção de equipamentos com o sistema operativo.
Um dos fatores diferenciadores em relação ao Android – Némesis e principal concorrente – é que o Sailfish OS torna muito mais fácil aos parceiros colocarem a sua marca e personalização no sistema operativo dos dispositivos, mas parece que isso não está ainda a convencer muitas empresas, embora no MWC tenha sido já anunciado o acordo com a Snapdeal.com, o maior marketplace indiano.
O licenciamento em OEM será uma nova fase considerada essencial para o desenvolvimento do sistema operativo. “Queremos concentrar-nos no software e não desenvolver hardware”, explicou ao TeK Marko Saukko.
A possibilidade de usar o Sailfish OS noutros dispositivos está também em cima da mesa, nomeadamente em dispositivos da Internet das Coisas e smart home.
Falta agora provar definitivamente o conceito e a aposta na diferenciação, que acontecerá quando a Jolla conseguir mostrar mais smartphones e tablets de diferentes fabricantes, com o seu sistema operativo instalado. Se não antes, possivelmente no próximo MWC.