No sábado, com a transmissão do jogo amigável da Seleção Nacional, a PT poderá contar com a produção de um conteúdo “à medida” para este primeiro ensaio tecnológico. Mas a operadora sabe que para avançar com um serviço com uma definição quatro vezes superior ao Full HD vai necessitar de mais conteúdos rodados (ou convertidos…) em 4320p. E por isso um futuro serviço Meo Ultra HD estará sempre dependente da existência de «uma cadeia de valor da indústria de média e da produção de conteúdos e fabricantes que desenvolvam um esforço concertado no alinhamento da produção e disponibilidade de conteúdos em formato de Ultra HD».
«A diversidade de equipamentos de captação, codificação e descodificação de vídeo e a redução de preços nos televisores Ultra HD, que permita a massificação deste novo formato ao nível dos clientes residenciais e vulgarização de conteúdos neste formato», são outras das condições apontadas pela PT como necessárias para o lançamento de um canal de ultra-definição.
Os números dos dois últimos anos confirmam que a produção de filmes em Ultra HD está ainda longe de entrar em ritmo cruzeiro: em 2012, apenas foram produzidos 10 filmes e em 2013 foram produzidos 50 conteúdos na nova definição ultra.
Na transmissão agendada para sábado, a PT vai usar ligações com um débito de 25 Mbps. A ficha técnica do evento, que é apresentado como estreia mundial, terá ainda por referência as seguintes características: 50 Frames Por Segundo (FPS) e 30 bits por pixel, que são considerados como uma "norma de facto" para transmissões de desporto e filmes de ação em Ultra HD de grande formato.
A PT garante que os clientes com acessos de fibra ótica já teriam hoje largura de banda suficiente para transmissões Ultra HD «sem necessidade de upgrades significativos» na rede.
Apesar de a rede de fibra ótica estar preparada para o incremento da definição, um futuro serviço Ultra HD implicará o uso não só de equipamentos de captação e codificação de vídeo apropriados e ainda o desenvolvimento de uma nova box da Meo, com capacidade para descodificar o sinal em Ultra HD. «Alguns destes equipamentos estão já a ser testados numa lógica de prova de conceito», refere a PT.
A operadora admite ainda que o Ultra HD possa ultrapassar, no futuro, as fronteiras do conteúdo televisivo: «Já foram anunciados alguns smartphones com capacidade Ultra HD. Num PC ou Mac é possível a descodificação de Ultra HD, embora não sejam comuns os equipamentos com capacidade de processamento suficiente e a preços competitivos para o mercado de consumo do mass-market».
A PT não está só no segmento da TV em Ultra HD: a NOS (resultante da fusão entre Optimus e Zon) já fez saber que pretende apostar num serviço de Ultra HD entre o final de 2014 e o início de 2015.