terça-feira, 1 de abril de 2014

Ainda usa o sistema operativo da Microsoft? A partir de 8 de abril os saudosistas ficam por sua conta e risco já que não serão feitas mais atualizações de segurança. Se procura alternativas para mudar conheça as nossas sugestões.

Mesmo quem está mais agarrado à tradição terá dificuldade de explicar porque ainda mantém o sistema operativo da Microsoft, que foi lançado em 2001 e já teve três upgrades. Até conseguimos concordar que a mudança para o Windows Vista não seria muito apetecível, mas só razões de amor profundo, ou graves deficiências de hardware e aplicações "históricas", justificam a falta de upgrade para o Windows 7 ou o Windows 8. 

Números recentes indicam que há mais de 500 milhões de PCs no mundo que ainda utilizam o Windows XP, que se mantém o segundo sistema operativo mais popular a nível global, com uma quota de mercado de 19,2%. 

Nuno Ricardo, gestor de produto do Windows, lembra que um estudo recente da IDC Portugal sobre este tema revela que cerca de 30% dos PCs empresariais ainda corriam Windows XP, e as estatísticas de tráfego da internet da Statcounter para Portugal indicavam uma quota de cerca de 10%. 

Nos últimos meses o movimento de migração tem-se intensificado e "já são muito poucas as organizações que não estão com os seus projetos de migração a decorrer", afirma este responsável. 

"Esperamos que a esmagadora maioria do PCs já não tenham o Windows XP até ao final deste ano. A partir desta data, o valor percentual será residual, mas existirão ainda alguns grupos de PCs cuja migração, por diversos motivos, é mais complexa. Estes estão identificados e estão a ser tomadas medidas adicionais de proteção", justifica. 

Nos utilizadores domésticos a taxa de utilização do Windows XP será mais baixa, sobretudo pela renovação dos equipamentos, já que tipicamente estes utilizadores não reinstalam o PC. E o ritmo médio de substituição entre 3 a 5 anos provavelmente já fez com que abandonassem o "velhinho" sistema. 

Mas embora este número de utilizadores seja de muito menor dimensão, "o problema existe e por isso a Microsoft também tem iniciativas para alertar os consumidores. Por exemplo, os utilizadores de PCs com Windows XP vão receber mensagens de aviso quando acederem ao Windows Update para fazerem as atualizações", admite Nuno Ricardo. 

Os alertas para atualização do sistema operativo têm vindo a ser feitos de forma cada vez mais intensiva e a Microsoft montou vários serviços para apoiar a migração, trabalhando também com as fabricantes de hardware para divulgar a compra de novos computadores com os sistemas operativos mais recentes. 

Para as empresas as ferramentas disponibilizadas permitem automatizar todo o processo técnico, desde a instalação do Sistema Operativo, aplicações, updates e até a migração dos dados, auxiliando ainda o planeamento do projeto e a deteção de incompatibilidades aplicacionais. 

Mas que riscos correm a empresas - e os utilizadores domésticos - se mantiverem o Windows XP? 

Os principais estão relacionados com a segurança, já que as últimas atualizações acontecem a 8 de abril, estendendo-se os updates do Microsoft Security Essentials só até julho de 2015. 

A possibilidade de surgirem novas ameaças dirigidas especificamente a quem ainda mantém este sistema operativo é elevada, e essas falhas não serão corrigidas. Mas a estes riscos somam-se também o aumento dos custos de manutenção, com o fim do suporte a hardware e software, e à possível incompatibilidade com outros dispositivos, como periféricos e aplicações que já não são suportadas no Windows XP. 


Windows 8.1: o upgrade recomendado

A mudança para a mais recente versão do Windows é a defendida pela Microsoft. E será totalmente válida se vai comprar um equipamento novo - gozando até do desconto que existe nas campanhas promocionais.

Um tutorial permite acompanhar passo a passo o processo de mudança, pra que não seja demasiado doloroso. E nem exige grandes conhecimentos técnicos...

Mas se a sua opção passa por manter o mesmo computador desktop ou portátil, é possível que a nova versão do Windows se mostre demasiado pesada para o processador e memória.

Os requisitos mínimos para o Windows 8.1 são:
  • Processador: 1 gigahertz (GHz) ou mais rápido, com suporte para PAE, NX e SSE2 (mais informações)
  • RAM: 1 gigabyte (GB) (32 bits) ou 2 GB (64 bits)
  • Espaço no disco rígido: 16 GB (32 bits) ou 20 GB (64 bits)
  • Placa gráfica: dispositivo gráfico Microsoft DirectX 9 com controlador WDDM


Se estas especificações andam longe do PC que quer atualizar, pode sempre tentar o upgrade para o Windows 7, que também não representa uma mudança tão radical a nível de interface. 

Windows 7: Uma mudança "natural" 

Para os utilizadores habituados ao Windows XP, o Windows 7 é uma mudança quase sem esforço de adaptação ao interface. Mantém-se o botão de Início e o ambiente de trabalho habitual, em vez do "Metro" do Windows 8, mais adaptado a ecrãs de toque. 

Mas se não tiver uma licença já comprada do Windows 7 que possa reutilizar é melhor esquecer esta opção: a Microsoft já não vende licenças deste sistema operativo (o que não quer dizer que não consiga encontrar uma...). 

O Windows 7 mostra-se mais rápido e fiável em máquinas com especificações mais baixas do que o Windows 8.1, o que pode ser também uma vantagem. Mas não se esqueça que só está a adiar mais uma vez o problema... 

Opções fora do mundo Microsoft 

Não vai encontrar estas recomendações na lista de conselhos da Microsoft, mas há sempre a opção de manter o mesmo computador e mudar o sistema operativo para Linux. 

A escolha aqui é vasta, com as diferentes variantes e distribuições disponíveis no mercado e que nos últimos anos evoluíram significativamente em termos de interface de utilização, suporte a utilizadores e mesmo no suporte de drivers para os mais diversos periféricos. 

Embora as estatísticas de utilização mostrem uma adesão ainda reduzida, distribuições como o Ubuntu têm vindo a ganhar popularidade junto de utilizadores que não são os habituais "power users" de Linux, mas que apreciam a simplicidade e rapidez do sistema operativo, e o facto de ser gratuito. 

Mesmo as limitações no acesso a software adicional estão cada vez mais esbatidas, com alternativas credíveis no mundo da produtividade, com o LibreOffice, mas também em vários campos, desde a edição de imagem a aplicações empresariais, como ERPs e software de Business Intelligence. 

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