domingo, 23 de novembro de 2014


A Google tinha habituado os consumidores a bons telemóveis e num nível de preço mediano. Mas, contraditoriamente, agora que o Nexus é mais caro a empresa espera melhores vendas. Será?


Mesmo trazendo algumas das especificações técnicas mais ambiciosas do mercado e uma novíssima versão do Android, o Nexus 6 ficou marcado na cabeça de muitas pessoas pelo preço que trazia: 649 euros para a versão de 32GB, enquanto o dobro da memória exige um investimento de 699 euros.

O valor acaba por ser quase duas vezes mais do que o que era pedido pela Google no Nexus 5 – e que estava em linha com o que a empresa tinha vindo a praticar noutros telemóveis. Certo é que as vendas em loja online própria ajudavam a reduzir alguns custos, mas para muitos continua sem se justificar o “salto” no preço que a tecnológica decidiu dar.

O vice-presidente de engenharia da Google, Hiroshi Lockheimer, falou com o CNet e explicou a estratégia de preço escolhida.

“Estamos a vender o Nexus 6 de uma maneira a que as pessoas estão habituadas a comprar”, disse o executivo, numa referência ao preço da maioria dos topo de gama que existem no mercado.

E este Nexus 6 é de facto um topo de gama no que diz respeito às especificações: ecrã de 5,96 polegadas com uma resolução de 2.560x1.440 píxeis, processador de quatro núcleos a 2,7Ghz, 3GB de RAM, unidade gráfica Adreno 420, duas colunas frontais, sensor fotográfico de 13 megapíxeis e suporte para redes móveis até 300Mbps.








Google Nexus 6


Mas mais do que números, o preço do Nexus 6 está sobretudo alinhado com uma estratégia comercial. Porque nos EUA, casa-mãe da Google, o smartphone vai ser vendido em todos os operadores de telecomunicações por 199 dólares num contrato de dois anos – a forma mais comum de se comprar um smartphone no país do tio Sam.

A Google quis claramente seguir o caminho de um smartphone mais premium, por feedback dos utilizadores disse Hiroshi Lockheimer. “Primeiro chegamos ao protudo, depois ao preço”, referiu um outro porta-voz da Google, que afirmou ainda estar convencido de que com esta estratégia de comercialização o Nexus 6 vai vender mais que os seus antecessores.

Numa luta direta com o iPhone 6 Plus da Apple e com o Note 4 da Samsung, por exemplo, o Nexus 6 acaba por sair mais barato – o equipamento da marca da maçã começa nos 299 dólares num contrato de dois anos, assim como o da tecnológica sul-coreana.

E à medida que a Google tenta tornar a linha Nexus numa gama de equipamentos mais disponível a nível de mercados, tem de parar de vender os equipamentos a preço de custo para tentar tirar alguma margem de lucro com os mesmos.

Resta saber como será implementada a estratégia da Google em países europeus e se vai ser bem recebida pelos consumidores.

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