Os iPhone 6s e 6s Plus chegaram há poucos dias a Portugal e, depois de serem conhecidos os seus preços, a conclusão foi clara: Portugal é o país onde os preços dos novos iPhone são mais elevados.

No fundo, o preço destes gadgets é elevado em qualquer parte do mundo, cerca de 3 vezes mais caro que o custo do conjunto dos componentes que o integram, que ronda os 236 dólares.

Na produção de qualquer produto há custos que se conseguem facilmente avaliar, tendo em conta os preços de mercado, mas há muitos custos incalculáveis, pelo menos para quem está de fora do processo de fabrico.

Não é correcto dizer-se, como tantas vezes já se ouviu dizer: como é possível um iPhone ter um custo de produção de 200 euros e custar 700?

O custo de cada componente somado não reflecte de todo o custo de produção e distribuição de um equipamento, existem muitos outros factores envolvidos. Mas comecemos então por perceber qual o custo de cada componente, tendo como exemplo um iPhone 6s Plus.

No total, a IHS Technology estimou um custo total de $236. Neste estudo, foram avaliados os preços dos diferentes componentes do phablet da Apple onde, por exemplo, se destaca o preço do ecrã de cada unidade. São 52,5 dólares por um ecrã Retina de 5,5 polegadas com tecnologia 3D Touch.

Depois do ecrã, é toda a construção electrónica quem mais dinheiro custa à Apple na hora de montar um iPhone 6s Plus, com um custo estimado de 42 dólares. A bateria do iPhone 6s Plus, por exemplo, custa apenas 4,5 dólares, enquanto que o processador Apple A9 é de 22 dólares.

Através da seguinte tabela poderá encontrar todos os valores estimados pela IHS para os componentes do iPhone em análise.

O primeiro dos custos surge associado à concepção e desenvolvimento da ideia, e ao longo do excelente trabalho que a Apple tem vindo a desenvolver, torna-se evidente que este é um trabalho criativo e de engenharia que merece ser pago e reflectido no preço do iPhone.

Ao custo dos componentes estão associados os custos de montagem. Obviamente que há gente que está a receber um salário (por vezes, um fraco salário) para que o iPhone chegue perfeito às suas mãos.

O iPhone tem que vir devidamente embalado e com os acessórios comuns. São mais uns euros que acrescem na soma do valor final.

Da fábrica para as lojas em todo o mundo. Esta distribuição envolve muitos meios para que no dia de lançamento não faltem smartphones nas prateleiras e o custo associado é evidente.

Sem o sistema operativo, optimizado meticulosamente para os iPhones, estes dispositivos não tinham grande parte do valor que têm para o utilizador. Pois bem, há que acrescer ao preço do iPhone todo o processo desempenhado pelos programadores para oferecer ao consumidor um dos mais bem optimizados telefones inteligentes do mercado.

A máquina da Apple é perita em se envolver com a sua comunidade de fãs, cada vez mais fiel. Não se sabe qual o segredo, mas certamente que a Apple já tem a fórmula mais do que desenvolvida. Uma fórmula que, certamente, envolve muitos milhões para que não haja o risco de se falhar.

Não se fala só de campanhas publicitárias, fala-se dos eventos da Apple, dos mais excitantes na comunidade tecnológica, das suas lojas, e o mais importante de tudo, da lealdade do seu consumidor.

Se o consumidor é fiel e está disposto a investir no melhor que o mundo tecnológico tem para oferecer, então há que o valorizar. Assim se explica grande parte do preço associado ao iPhone.