Em outubro veremos o lançamento de suas novas versões dos sistemas operacionais: Android L e iOS 8. Sistemas que atendem a usuários distintos, e promovem uma série de discussões que vão desde elogios e decepções, até acusações de plágio. De certo modo ambos os sistemas possuem muitas semelhanças, que ficam evidentes a cada anúncio de uma nova versão. Confira as semelhanças e as diferenças entre o sistema operacional do Google e da Apple.

O iOS 7 foi um divisor de tendências para a Apple, que modificou desde a sua interface de design conhecida como skeumorfismo, com ícones que refletiam diretamente ao seu aspecto no quotidiano até as sombras e letras em profundidade, degradés e texturas em couro. O plano design foi adotado pela empresa, que passou a aderir a linhas retas e camadas mais chapadas, além de ícones mais coloridos e chamativos. O iOS 8 manteve todas as características da versão anterior, ganhando pequenos refinamentos e maior possibilidade de alterações na interface do usuário por meio de aplicativos de terceiros, como widgets na barra de notificações e alteração do teclado padrão.

O Android L manteve o aspecto minimalista da versão KitKat, com adições da nova linguagem visual conhecida como Material Design. A nova interface faz referência a cores mais quentes, baseando-se na combinação de tinta, lápis e papéis.

O iOS 8 manteve o suporte à arquitetura de 64 bits, introduzida no mercado móvel através de sua versão anterior. A criação do software e controle do hardware regido pela Apple garante uma integração muitas vezes superior à dos dispositivos high end rodando com o OS Android. Embora o ecossistema seja projetado e controlado pela empresa, as opções de controle e economia de energia não estão acessíveis ao usuário, fazendo com que o OS da Apple tenha um consumo de bateria superior a muitos smartphones e tablets Android.

Uma das características do Android são os recursos para controle e economia de energia e, por mais que o Google não seja a única controladora do hardware e do software, as fabricantes que incluem interfaces e recursos ao sistema sempre oferecem soluções e modos para poupar bateria. O Android L trará o mesmo suporte a 64 bits, além da substituição da máquina virtual Dalvik pelo ART, resultando num melhor desempenho dos aplicativos e certamente poupando mais bateria.

A Apple oferece alguns aplicativos nativos que não podem ser removidos pelo usuário, como o Passbook, Bolsa, Bússola e Banca. A interface do usuário não pode ser substituída por skins oulaunchers personalizáveis. Um dos empecilhos mais conhecidos entre os usuários da empresa e de outros sistemas operacionais está na impossibilidade da alteração dos toques do sistema, como os de notificações e chamadas. Já no Android, a personalização é a palavra de ordem.

As atualizações da Apple são disponibilizadas ao mesmo tempo, já tendo passado por todas as etapas e processos de homologação junto às operadoras quanto à adequação ao hardware.

Com o Google a história é bem diferente, pois o código fonte é disponibilizado para que cada fabricante adapte o novo software ao hardware, recursos extras e interfaces, para que posteriormente sejam realizadas as homologações e certificações necessárias. Isso gera um atraso na disponibilidade da atualização ao usuário, sendo que cada fabricante tem um cronograma e prioridades diferentes. A alternativa para usuários que não abrem mão dos updates em primeira mão são os dispositivos Nexus, que servem como plataforma de desenvolvimento de cada nova versão do Android.

Com o Android L, o Google reconsiderou a sua política de atualizações e passou a adotar o mesmo sistema que a Apple, ou seja, anunciar as mudanças adicionadas ao OS primeiro e, depois de trabalhar em possíveis erros e liberar as API's para que os programadores( desenvolvedores )possam adaptar seus aplicativos ao novo software, a empresa passará então a enviar o update aos usuários. Porém, ainda não sabemos como as fabricantes irão se comportar com relação à essa nova postura.

Quem ri por ultimo, ri melhor? No caso da Apple, sim. O ramo de pagamentos móveis ainda não arrancou no mercado americano ou europeu impulsionado pelo Google Wallet. Agora, a aposta fica por conta dos novos iPhone 6 e 6 Plus, que aderiram ao uso da tecnologia NFC. A princípio, a proposta da Apple é aumentar a rede de parceiros credenciados.

Ambas as plataformas têm evoluído ao longo dos últimos anos, embora hoje o interesse em ecossistemas voltados a acessórios e soluções diferenciadas sejam bem semelhantes: doméstico, corporativo, saúde. O que muda aqui é a forma de abordagem das empresas, com a Apple oferecendo soluções atreladas a seus dispositivos com possibilidades mais restritas e o Google se concentrando em oferecer uma plataforma com soluções que estejam acessíveis a todos os programadores( desenvolvedores), dispositivos e adaptações a usos diferenciados. 

O comparativo entre os sistemas só é possível quando temos um dispositivo Nexus em mente ou qualquer outro rodando com Android stock, para que as experiências sejam identificadas de forma mais justa. Não pense em comparar o iOS com o Android rodando em um dispositivo Galaxy usando a interface TouchWiz. Os aplicativos e serviços do Google estão à disposição dos usuários do iOS, mas o mesmo não acontece na via contrária. Enquanto o Android fornece um leque maior de possibilidades que vão desde personalização até uma gama maior de dispositivos, a Apple preza pelo desempenho do seu sistema limitando uma série de recursos a seus usuários, em uma gama menor de dispositivos.

Usuários que preferem um determinado sistema operacional dificilmente se sentirão atraídos pelo sistema concorrente, mas a verdade é que o iOS e o Android são plataformas muito semelhantes. As diferenças presentes entre os sistemas hoje, são utilizadas futuramente como parte de uma nova atualização, o que torna a rivalidade entre as plataformas um progresso de inovações e possibilidades para todos nós.