quarta-feira, 19 de março de 2014



Na era dos "smartphones" e das redes sociais, o misterioso desaparecimento do voo MH370 da Malaysia Airlines levanta ainda mais uma questão: por que é que nenhum dos 239 passageiros contactou um familiar, como aconteceu no atentado de 11 de setembro.

Onze dias após o sumiço do Boeing 777 com 239 pessoas a bordo, a ausência de chamadas telefónicas, mensagens ou de emails pode ser uma pista para melhor entender o que aconteceu.




Poderá indicar que o avião voou muito alto ou sobre água. Ou que os passageiros estariam inconscientes, devido, por exemplo, a uma despressurização da cabine.

Há especialistas que defendem que quanto mais perto de uma rede de telefone fixa estivessem, mais hipóteses teriam de utilizar os portáteis ou outros dispositivos eletrónicos.

No entanto, são em maior números os técnicos, citados pela France Presse, que duvidam da possibilidade de se estabelecer e de manter um contacto telefónico, num voo a grande velocidade e em altitude cruzeiro.

Para estabelecer contacto entre um telemóvel e um recetor é necessário um sinal suficientemente forte dos dois lados.

Para o consultor da área das telecomunicações Koh Chee Koon, esta ligação é "teoricamente" possível caso o avião tenha voado entre os 23 mil pés (7000 metros) e os 45 mil pés, após a perda de contacto com a torre de controlo, tal como apontam informações não confirmadas.

Além de terem telemóveis vulgares, os passageiros do MH370 tiveram como obstáculo o habitáculo do avião para conseguirem ter uma ligação de qualidade aceitável, isto no caso de "terem hipótese de o fazer", acrescentou o consultor.

Os aviões utilizados nos atentados de 11 de setembro, nos Estados Unidos, voavam relativamente baixo, sobre uma zona coberta de rede para telemóvel.

E a maior parte das chamadas foram feitas a partir dos telefones a bordo e não desde telemóveis.

Algumas companhias aéreas permitiram recentemente a utilização de telemóveis durante o voo, graças à instalação de rede dentro do próprio aparelho, mas este serviço não estava disponível no voo MH370.

Sem este sistema, um telemóvel não pode ser utilizado acima dos 500 metros, no caso de um voo comercial, e se estiver muito longe de uma torre, segundo explicou A.K. Dewdney, professor de informática na Universidade de Ontário, no Canadá.

"Nenhum telemóvel consegue ligar-se a partir de um avião no meio do oceano, mesmo que a baixa altitude", disse o professor universitário.

E "há uma altitude de cruzeiro normal, a partir da qual nenhum telemóvel consegue entrar em contacto com o solo", insiste Dewdney, que colaborou nas investigações sobre esta mesma questão após o 11 de setembro.

O dono da Malaysia Airlines, Ahmad Jauhari Yahya, explicou, esta segunda-feira, que não houve qualquer evidência de que os passageiros tenham tentado telefonar, embora haja ainda "milhões" de dados telefónicos a ser analisados.

Para adensar o mistério, a imprensa chinesa escreveu, nos primeiros dias de busca, que familiares dos passageiros tinham ligado para os seus telemóveis e que estes tinham dado sinal de chamada.

Para os especialistas, esta não é, no entanto, uma prova do seu funcionamento.

Mesmo que não tenha sido possível utilizar o telemóvel para contactar pessoas em terra, os aparelhos que estejam ligados podem servir para ajudar a localizar o avião.

Para isso, os investigadores têm de recolher cada número de identificação dos telemóveis de cada um dos passageiros, junto das operadoras de todos os países, mesmo daqueles que têm ainda uma rede embrionária, como a Birmânia.


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