O YotaPhone deve, finalmente, ser lançado internacionalmente em dezembro deste ano. O smartphone russo com Android tem como diferencial uma tela secundária na parte traseira, feita com display e-paper, mesma usada por e-readers, semelhante a um papel. Os fãs da ideia aguardam o modelo desde seu anúncio, em 2012, e as expectativas se tornaram ainda maiores após a sua demonstração nas feiras CES e MWC em 2013 .
O grande atrativo do ecrã traseiro é que qualquer conteúdo pode ser exibido sem gastar energia para isso, podendo, por exemplo, mostrar um mapa ou uma página de livro com o telefone desligado. O recurso pode, também, ser útil para que o smartphone sirva de voucher ou cartão de embarque, o que já é feito hoje, mas com a dependência de bateria.
O smartphone terá, no entanto, configurações medianas. Seu processador será um dual-core rodando a 1,7 GHz, 2 GB de RAM e uma tela principal de LCD com resolução HD (720p). A bateria é somente de 1800 mAH, mas, considerando que a tela secundária quase não consome energia, deve ser o bastante para usar o aparelho durante o dia, com uso moderado.
A fabricante russa Yota Devices promete a chegada do smartphone de dois ecrãs antes do Natal, mas ainda não divulgou por qual preço, apesar de rumores vindo do país apontarem um valor salgado de € 500.
Análise ao aparelho:
O YotaPhone, smart russo com dois ecrãs - um LCD frontal e um e-ink traseira -, mais uma vez roubou a cena, durante o Mobile World Congress (MWC), em Barcelona, Espanha. Oficialmente apresentado agora, o aparelho já havia faturado o prémio "Best of CES", em Las Vegas, no início do ano, e realmente é uma das poucas ideias realmente novas dos últimos tempos.
Se não impressiona pelo design, extremamente discreto e simplório, o YotaPhone conquista o utilizador pela versatilidade e, sobretudo, pela autonomia da bateria. Afinal, o papel eletrônico pode ficar para sempre ali, enquanto o LCD tende a "morrer" em algumas horas e fica apagando para poupar bateria.
O aparelho é leve, tem uma boa pegada e é extremamente divertido brincar de jogar um conteúdo de um ecrã para outro. Roda o Android 4.2 (Jelly Bean) em um Qualcomm SnapDragon S4 dual core com 1.5Ghz, pesa 140 gramas, vem em versões 32GB ou 64GB, com 2GB de RAM, câmera de 12MP e telas de 4.3'', tanto a LCD quando a e-ink. Uma plataforma que, se não é top, é suficiente para o brinquedo funcionar suave e sem sobressaltos.
Para um protótipo, o resultado é bem satisfatório: durante toda a apresentação de quase meia hora, o YotaPhone não travou nem engasgou sequer uma vez. Embaraço que muitas das gigantes têm que enfrentar em aparelhos mais badalados.
Mas, o que exatamente significa a segunda tela(ecrã), de papel eletrônico? Basicamente, ela funciona integrada à primeira, de LCD. Pode jogar conteúdo de uma para outra, como, por exemplo, um mapa ou uma passagem de avião, para que não precise se preocupar quando a bateria acabar. A imagem fica congelada no ecrã, que não consome bateria e, teoricamente, pode ficar para sempre ali.
Ao contrário da LCD normal, que apaga alguns segundos após o recebimento de um SMS, WhatsApp ou mesmo uma ligação perdida, o YotaPhone mantém esses dados permanentemente no e-ink. Facebook, Twitter e demais redes sociais também podem ser acessadas e controladas via e-ink.
Mas a funcionalidade principal do aparelho é "matar" o Kindle e seus concorrentes. Afinal, ter um aparelho que permite a leitura sem cansar os olhos pode fazer com que o usuário deixe de carregar um gadget - no caso, o e-reader. E o e-ink do YotaPhone funciona também sob o sol, ao contrário da maioria dos leitores digitais disponíveis no mercado.
Um dos grandes "desafios" do YotaPhone vai ser o mercado. Com planos de ser lançado na Rússia já no final de 2013 e na Europa ocidental em 2014 , o aparelho será vendido na faixa dos US$ 500 - entrando na luta com os grandes como Apple, Samsung e HTC. Um desafio e tanto para uma empresa com pouco mais de um ano que não tem nenhum aparelho lançado, baseada na Rússia, que também não tem nenhuma tradição em eletrônicos.
Mesmo com tudo isso, conquistar um lugar no mercado, mesmo depois de acabar com o tédio dos consumidores com uma ideia tão interessante, vai ser muito mais difícil do que surpreender a todos na CES e na MWC. Afinal, quem apostaria que um protótipo russo pudesse dividir os holofotes com o Xperia Z, da toda-poderosa Sony?
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