Para começar essa comparação, quero dizer que seria mais justo comparar o Moto E ao RAZR D1, pois neste certame, temos com certeza uma evolução. Porém, devido ao preço de lançamento do aparelho, a associação com o Moto G é inevitável.

A primeira característica que me impressionou no Moto G foi o design simples, mas elegante que a Motorola trouxe do Moto X. Com uma excelente pegada, o Moto G não é um dispositivo que  terá na mão e irá esbarrar em algum relevo desnecessário. Já o Moto E foi uma decepção, pois ao contrário do G, o dedo trava no limiar da tela com o frame ao redor dela; a opção da Motorola por usar uma cobertura metálica sobre os speakers não foi agradável, pois os dedos sentem sempre a protuberância na parte frontal da tela e isso acaba gerando uma estranheza.

Além disso, o simples fato de ter retirado o auto-falante da parte traseira e ter passado para a parte frontal deixou o Moto E com uma aparência de telefone barato.

Acredito que os dispositivos na cor preta sejam mais agradáveis aos olhos que os na cor branca, pois o sensor de aproximação e de luz parecem que gritam na parte da frente do dispositivo claro. Confesso que a falta de um flash para a câmera deixou a parte traseira com espaço de sobra.

Porém, dentre todas as características de desenho dos dois dispositivos, a que me chama mais a atenção é a grossura do Moto E. Apesar de uma diferença milimétrica entre a espessura dos dois dispositivos, o Moto E parece desengonçado perto da elegância do Moto G. Este último é claramente mais comprido e, talvez por isso, dê essa impressão de ser mais esguio.

O aproveitamento da parte frontal para a tela é praticamente o mesmo nos dois dispositivos, levando em consideração suas dimensões, claro. 

Vencedor: Por ter uma pegada melhor e um design limpo, o Moto G leva a melhor em termos de design.

Por possuir um número menor de pixels por polegada, o Moto E vem atrás do Moto G quando comparamos a qualidade de cor das telas. A tela do Moto G é mais esverdeada, enquanto a do Moto G puxa mais para o azul. O preto no Moto E é mais cinza e o branco também, assim, a qualidade das cores na tela do Moto G são melhores. Mas entre todas as características que menos me agradam no Moto E, não é o fato da tela parecer um pouco granulada que me deixa com um pé atrás na escolha deste dispositivo, e sim o seguinte:

Ambos os dispositivos usam a tecnologia Corning Gorilla Glass 3 e, neste ponto os dois smartphones são nota 10. A tela do Moto E é um pouco menor, possui 4,3 polegadas, enquanto a do Moto G possui 4,5, porém, faz uma grande diferença no tamanho do ícones dos aplicativos na tela.

Com relação a resposta ao toque, ambas as telas são de grande qualidade, em qualquer lugar em que você tocar, a resposta será imediata.

Vencedor: por se maior e apresentar uma qualidade melhor de cores, o Moto G vence a comparação de telas.

Android puro! A Motorola faz a excelente opção por deixar de lado as pesadas skins que personalizam o OS das fabricantes qua usam o OS Android e, com isso, assinou um compromisso com os usuários: oferecer a última versão do sistema operacional da Google para a linha Moto. No caso do Moto G e do Moto E, a única diferença no software é que só no Brasil o Moto E (até o momento) são os únicos que contam com o aplicativo Alerta Motorola. A chegada do software ainda não está prevista para os outros dispositivos da fabricante.

Vale dizer que a Motorola teve que modificar o software do Moto E para oferecer suporte para o cartão microSD. De acordo com a empresa, "a alteração na plataforma foi feita a fim de possibilitar que fotos, músicas, vídeos e arquivos sejam movidos para o SD Card".

Vencedor: temos aqui um empate, ambos possuem a melhor versão do OS Android: a stock!

A câmera é o calcanhar de Aquiles da Motorola, apesar de um software inovador, simples de usar, rapidamente acessível, a qualidade das imagens capturadas com um sensor de 5MP não é nem um pouco satisfatória. Agora some a isso o fato do Moto E não possuir um flash de suporte à câmera e não oferece ao usuário a possibilidade de foco para as imagens. Pois é, nas imagens comparativas abaixo, pode ter uma noção daquilo que estou dizendo:

Somado a isso, o Moto E não possui câmera frontal, ou seja, diga adeus às selfies e às chamadas com vídeo via Hangouts ou Skype. Em comparação, o Moto G possui uma câmera frontal de 1,3MP, o que é melhor que nada. 

Porém, o fator que torna as duas câmeras mais interessantes são os recursos do software de ambas. Do lado do Moto G, temos a opção de flash (claro), a opção de controlar a exposição e o foco e o vídeo em câmera lenta. Já o Moto E possui apenas uma peculiaridade: o fato de poder armazenar as imagens diretamente no telefone ou no cartão SD, porém, se você optar pela versão 4G do Moto G, nem isso será diferente.

Vencedor: por ter mais opções de software e contar com flash de suporte a câmera traseira e um câmera frontal, o Moto G leva a melhor quando o assunto é qualidade da câmera.

Aqui, partimos do pressuposto de que o Moto G é embalado por um chipset capaz de lidar melhor com processos que dependam mais no hardware. Porém, o processador Moto G não fica assim tão atrás. O Snapdragon 200 gira à 1,2 GHz e possui potência o suficiente para lidar com tarefas rotineiras como navegar na internet, leitura de e-mails e acesso a redes sociais, e isso ocorre de maneira suave e sem engasgos. Porém, é claro que a Adreno 302 e os núcleos Cortex-A7 da CPU não podem fazer milagres.

O Moto G possui um processador médio, o Snapdragon 400 e não vem com a arquitetura Krait, o que traria melhor desempenho de gráficos, mas possui uma GPU satisfatória para um mid-range, a Adreno 305. Com relação a travamentos e engasgos, o Moto G passa bonito. O dispositivo consegue rodar até que bem alguns jogos pesados e responde com velocidade o lançamento de aplicativos e efeitos de animação do sistema.

Os dois aparelhos possuem memória RAM de 1GB, o que entrega uma boa experiência para ações multi-tarefas e não causa nenhum tratamento no sistema por memória insuficiente. Falando em memória, apesar do pequeno espaço interno do Moto E, o aparelho sai de fábrica com suporte para cartão SD até 32GB, enquanto apenas a versão 4G do Moto G conta com essa possibilidade.

Ainda com relação à memória interna, podemos ver um número diferente no que tange o "espaço total tanto do Moto G quanto do Moto E. De acordo com a Motorola, esta é capacidade de memória interna total de uso para os proprietários do aparelho: "O smartphone (Moto E) possui 4GB, como todo smartphone, seja Android ou não, parte da memória interna é utilizada para instalação do sistema operacional e atualizações. No caso do Moto E restam ao usuário 2.16GB. Importante lembrar que fotos, músicas, vídeos arquivos e aplicações podem ser movidos para um cartão SD.", informou a assessoria da fabricante.

Vencedor: O Moto G leva vantagem aqui por motivos óbvios: um processador mais potente. Porém, vale uma citação honrosa ao Moto E que permite a expansão da memória do aparelho em todas as variantes.

Tanto o Moto G quanto o Moto E possuem diferentes variantes. Entre a média de preços  110 euros a 200 doláres(no Brasil podemos dizer que vão de R$529,00 à R$999,00). A mais acessível é a versão dual SIM do Moto E com slot para micro SD até 32GB, passando pela variante 4G do Moto G com memória expansível até 32GB. Por fim, o modelo mais caro acaba sendo a versão Music Edition.

Aqui, podemos dizer que a Motorola possui uma grande variedade de modelos, tanto para os de gama média quanto baixa.

O fato da Motorola ter optado pelos processadores Snapdragon 400 no Moto G e Snapdragon 200 no Moto E, deu aos dois dispositivos uma característica recorrente da tecnologia utilizada pela Qualcomm: o fato de que o aparelho controla o aquecimento do aparelho com o objetivo de não drenar o consumo da bateria. 

Outro fator que deve contar para que a autonomia da bateria de ambos os aparelhos esteja acima da média é o fato de que o software vem sem modificações e, por isso, não sobrecarrega o aparelho com características da skin da Motorola, pois vem quase puro.

Eu tive a oportunidade de usar o Moto G por vários meses após o seu lançamento e confesso que não lembro de ter dito que fiquei sem bateria (a não ser que fosse conveniente). Aliás, me orgulho de dizer que nunca trouxe comigo o carregador do aparelho por necessidade. É realmente impressionante a capacidade do aparelho em se manter carregado mesmo depois de um dia intenso de testes de aplicativos e uso para streaming de música e vídeo.

Os poucos dias que tenho usado o Moto E me mostraram que este aparelho não será diferente da linha Moto no requisito autonomia da bateria. Assim, é possível dizer que os dois smartphones podem durar realmente o dia inteiro na sua mão, sem frustrações.

Vencedor: Aqui temos um empate. Tanto o Moto E quanto o Moto G apresentam uma excelente capacidade de lidar com a energia.

Assistir ao vídeo no YouTube.

Apesar do Moto G ter o melhor custo/benefício deste comparativo, é preciso dizer que existe um público para o Moto E, um público para o Moto G e um outro público para o Moto G 4G e suas demais variantes. Os três estão muito próximos, mas eles não concorrem entre si. O Moto E é claramente direcionado para quem entra no universo de smartphones, o Moto G e suas demais versões são para quem quer uma experiência com OS puro e pode abrir mão de um hardware premium.