O primeiro smartphone OnePlus fez furor entre os fãs do Android, elevou a fasquia e foi com grande expectativa que foram encaradas as primeiras novidades do OnePlus 2 em forma de teaser estratégico feito pela marca: USB Tipo-C, sensor biométrico, 4 GB de memória RAM, entre outros.
Aqui fica a análise deste fantástico smartphone.
Aspectos positivos
- Qualidade de construção
- Inclusão do botão de alertas
- Preço
- Desempenho
Aspectos negativos
- Aplicação câmara
- Sensibilidade no botão Home
- Velocidade de carregamento
O OnePlus 2, o tal smartphone denominado pela marca como o flagship killer de 2016, surge com o objectivo de fazer muita mossa na concorrência. Não necessariamente pelas especificações, que são semelhantes a muitos outros smartphones, mas pelo conjunto em si, a qualidade de construção, as novidades em termos de hardware e funcionalidades e a interface OxygenOS, mais refinada.
Elevar muito a fasquia de determinado produto antes do seu lançamento pode ser arriscado e o próprio Co-Fundador da OnePlus tem plena noção disso, essencialmente devido ao alcance da divulgação ter sido muito superior à capacidade de produção e distribuição do produto. A disponibilidade limitada e um sistema de convites deixa os fãs desapontados e a vontade de o adquirir pode desaparecer em pouco tempo… e é aí que entra a distribuição a partir da China, como é o caso da loja HonorBuy.
1 – Características Gerais
O OnePlus 2 é um smartphone Dual SIM LTE (2x Nano-SIM) de ecrã de 5,5″ FullHD, de tecnologia LTPS e protegido por Corning Gorilla Glass 4. Tem o SoC Qualcomm Snapdragon 810 (MSM8994) que possui dois Quad-core e um GPU Adreno 430. Existe em duas versões: 16 GB de armazenamento interno e 3 GB de memória RAM; 64 GB de armazenamento interno e 4 GB de memória RAM.
Embora este modelo seja a versão chinesa, é totalmente compatível com o mercado Europeu. Tem a mais recente versão do Android, a 5.1.1 Lollipop, com todas as aplicações e serviços Google e com a interface OxygenOS 2.0, liga-se às redes 4G LTE nacionais (com excepção para a frequência 800 MHz) e suporta 2 cartões SIM em simultâneo (dual-standby), tal como qualquer outro smartphone Dual-SIM.
A câmara traseira é de 13 MP, com flash dual-LED, foco automático a laser e estabilizador óptico de imagem, e a câmara frontal é de 5 MP. Tem ligação USB Tipo-C e leitor de impressões digitais. A bateria é de Li-Po, não removível, com capacidade de 3300mAh. Infelizmente a espessura e peso não vão de encontro à evolução da concorrência, onde este OnePlus 2 se fica pelos 9,9 mm de espessura e 175 grama de peso.
Dentro da caixa, além do OnePlus 2 vem o carregador, o cabo USB/USB Tipo-C e o manual de instruções rápidas.
2 – Hardware e Design
O design do OnePlus 2 não difere muito do seu antecessor, não sendo propriamente uma obra de arte admirável, pelo menos nos tempos que correm. A área ocupada pelo ecrã não é das mais bem aproveitadas (moldura um pouco larga), é pesado e em termos de ergonomia não evoluiu, no entanto, tem uma qualidade de construção muito boa, com acabamentos ao nível dos melhores.
O friso é metálico, bem como todos os botões físicos e a área circundante da câmara traseira, com acabamento mate. O bordo do ecrã é de plástico com cerca de um milímetro de espessura, e parece ter sido uma opção para minimizar os custos de produção, já que é evidente que o plástico pertence ao ecrã, como uma peça única, que é depois unida à carcaça metálica.
Olhando agora para a sua estrutura, do lado esquerdo encontra-se o novo botão de controlo de notificações (detalhes mais à frente) e em baixo o microfone, a porta USB Tipo-C e o altifalante, estando o microfone num orifício e o altifalante no outro.
Na lateral direita encontra-se o botão de Power e o controlo de Volume e em cima está o microfone secundário (para gravação de vídeo em stereo) e a ligação jack 3,5 mm para o auricular.
Na frente, em baixo, encontra-se o botão táctil Home ao centro, com o novo sensor biométrico para leitura das impressões digitais, activado apenas com recurso ao toque (não é um botão físico). De ambos os lados do botão Home, encontram-se 2 botões capacitivos para função de aplicações recentes e retroceder, com a possibilidade de troca de função. Em cima, encontra-se o altifalante para chamadas, os sensores de luminosidade e proximidade, o LED RGB para notificações e a câmara de 5 MP.
Na traseira, cuja capa tem uma textura rugosa em espécie de lixa, vem a câmara de 13 MP com o duplo flash LED e o sensor laser para a focagem. A capa traseira é removível mas apenas permite aceder ao encaixe para os 2 cartões nano-SIM, não havendo assim qualquer acesso à bateria.
3 – O que distingue o OnePlus 2?
Actualmente, se um smartphone topo de gama não trouxer algo que o distinga da concorrência, então corre um grande risco de passar despercebido. Não é fácil sobressair mas a OnePlus preocupou-se com essa questão, sempre tendo em vista a minimização dos custos de produção.
Dual-SIM
Pode parecer estranho começar por destacar esta funcionalidade, mas a verdade é que é raro encontrar um topo de gama que suporte 2 cartões SIM. O OnePlus 2 suporta dois cartões nano-SIM LTE.
A versão chinesa em análise, vendida pela HonorBuy, suporta a funcionalidade de dual-standby sem problemas. No caso de estar a ocorrer uma chamada num dos cartões, não é possível receber uma chamada no outro, apresentando o sinal de indisponível para quem o contactar. O mesmo acontece, por exemplo, com o Alcatel Onetouch Idol 3 que está disponível no mercado português.
Sensor de impressão digital TouchID + Home
Cada vez mais é necessário estar devidamente protegido e ter os dados pessoais em segurança. Um bloqueio seguro é muito importante num smartphone mas a necessidade de introduzir um PIN cada vez que se utiliza, ou desenhar um padrão que consegue ser visto a 2 metros de distância por alguém, é algo aborrecido e que, pessoalmente, desisti de ter.
Com os sensores de impressão digital (biométricos), o caso muda de figura e passa a ser muito mais prático ter o smartphone protegido com essa funcionalidade… que no OnePlus 2 está muito bem conseguida.
No sensor biométrico está colocado na frente, na parte de baixo ao centro, e não inclui qualquer botão mecânico. É simplesmente um local estático com a capacidade quer de reconhecer a impressão digital quer para servir de botão Home. O reconhecimento da impressão digital é bastante rápido e preciso, tendo até impressionado neste ponto.
No entanto, no que diz respeito à função Home o botão tem alguma dificuldade em reconhecer o toque, onde geralmente o toque não é reconhecido se for feito com a ponta do dedo. É necessário encostar ao botão uma maior área do dedo para que funcione correctamente e nunca falhe… mas isso é algo não muito prático.
Em todo o caso, dependendo dos gostos, é possível activar a barra de navegação no ecrã, com os 3 botões do costume presentes na parte de baixo do ecrã, bem ao jeito da Google.
Botão slider de alertas
Um botão físico com mais que uma posição não é comum no Android. Embora exista no iPhone desde sempre, no Android essa funcionalidade é colmata com passos adicionais, das mais variadas formas.
A OnePlus inovou e decidiu colocar um botão com 3 posições, não apenas capaz de retirar som mas também a vibração… e apenas para quem não tem prioridade na sua lista de contactos. Assim, este slider tem a posição de todas as notificações, a posição apenas para notificações prioritárias e a posição apenas para alarmes.
No caso das notificações prioritárias, isso permite que escolha na sua lista de contactos quais os contactos que têm prioridade para o notificar em determinada situação. Esta funcionalidade acrescenta grande importância a este novo botão… que eu gostaria de ter no meu smartphone!
Ligação USB Tipo-C
Uma das grandes novidades no OnePlus 2 foi esta nova interface. Tem a vantagem de ser reversível, não haja dúvida, mas fica-se por aí.
O facto de ser dos primeiros smartphones (não é o primeiro) com esta interface USB faz com que seja aborrecido carregá-lo ou ligar ao PC. Há muito que os cabos micro-USB estão presentes e o hábito que ganhei passa por ter um carregador no escritório, outro carregador no quarto e outro na sala, sempre à disposição para serem utilizados… mas enquanto utilizei o OnePlus 2 essa tarefa complicou-se muito.
Como é óbvio, por só existir um cabo compatível com este smartphone, foi necessário um esforço adicional sempre que precisava de o ligar pela interface USB, e creio que esse esforço adicional também terá de ser feito por qualquer outra pessoa que utilize este smartphone. Digamos que é o preço a pagar pela mudança, que vai com toda a certeza ser o futuro… e no que a isso diz respeito, a migração tem de começar em algum momento.
Interface
O OnePlus 2 tem uma interface muito próxima da interface original da Google, embora com várias opções adicionais. Chama-se OxygenOS 2.1, actualizada recentemente, e é muito rápida, completa e estável. Veja o vídeo abaixo com todos os detalhes da interface.
4 – Câmara
A câmara do OnePlus 2 não impressiona mas cumpre o seu propósito. Está muito longe das melhores, como é o caso do Galaxy S6, tanto em termos de qualidade como em opções disponível na aplicação.
No momento da gravação do vídeo anterior ainda não tinha surgido a actualização para a versão 2.1 do OxygenOS, onde a câmara ganhou o modo manual, e arrisco a dizer que foi das aplicações câmara mais pobres que já utilizei.
O modo manual traz já bastante interesse, principalmente para quem percebe um pouco de fotografia, mas ainda assim a aplicação em geral fica um pouco a desejar.
Em termos de capacidade de captação de luz no escuro é muito boa, mas como em todas as câmaras é necessário mantê-la estável para que o resultado seja bom. Mais uma vez, para quem percebe de fotografia, a utilização das opções manuais em ambientes escuros pode trazer grandes resultados.
Quanto ao modo de vídeo, permite gravação em 4K, 1080p e 720p, com resultados bons dentro da normalidade.
Abaixo alguns exemplos de imagens capturadas.
5 – Autonomia
Em termos de autonomia esperava um pouco mais, essencialmente devido à capacidade de 3300 mAh. Na minha utilização diária, onde smartphones como o Mi 4, o Huawei P8 ou Meizu m2 note duram 2 dias, no OnePlus 2 nunca cheguei ao final do primeiro dia com mais de 50% de carga restante, ficando-se com 40 a 45%, pelo que é evidente não ser capaz de atingir 2 dias de autonomia.
O OnePlus 2 não tem carregamento rápido, o que é uma pena, e o tempo de carregamento completo é desesperante, chegando às 3h30. Pessoalmente carrego osmartphone todas as noites e esse tempo de carregamento não incomoda, no entanto para situações de maior aperto pode causar problemas.
O carregador incluído é personalizado pela OnePlus e pode debitar uma corrente máxima de 2 A.
6 – Veredicto
O OnePlus 2 é um smartphone fantástico, com uma qualidade de construção muito boa e algumas funcionalidades exclusivas, mas não será com toda a certeza o flagship killerde 2016.
No que diz respeito a benchmark, este OnePlus 2 atingiu a pontuação de 60903, o que o coloca numa posição mais favorável perante outros smartphones com o mesmo SoC, como é o caso do HTC One M9.
Se procura uma smartphone de topo com suporte para Dual-SIM, bastante rápido, com características que só os melhores têm e a preço acessível, principalmente na versão de 64 GB de armazenamento e 4 GB de memória RAM, então poderá ser o OnePlus 2 osmartphone que procura.
O OnePlus 2 está disponível na HonorBuy, sem a necessidade de convite e com envio a partir do armazém da União Europeia, não havendo assim encargos com a alfândega.
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