Esta ideia de que um smartphone tem de vir artilhado com tudo o que é tecnologia tem os dias contados, isto porque os custos associados versus o proveito tirado, é totalmente adverso.
O novo OnePlus 2 não traz NFC ou carregamento sem-fios pois, segundo o fabricante, é inútil já que as pessoas não usam. Afinal anda muita gente a pagar pelo que não faz falta!
Sensores, sensores e mais sensores!!!
Há marcas que usam a quantidade como bandeira. Um smartphone traz um ecrã com 1920 x 1080 píxeis de resolução e densidade de 401ppp, gravação de vídeo a 4k, traz um processador Octa-Core a 64-bit, GPS, rede LTE, Wi-Fi, Bluetooth, NFC, giroscópio, acelerómetro, barómetro, Bússola, sensor de iluminação anterior e posterior, sensor de identificação por impressão digital, sensor de leitura cardíaca, SpO2, sensor de proximidade, carregamento wireless e tantas outras tecnologias que o espaço é pouco para as identificar. Isto paga-se bem!
Mas é uma ideia errada, pelo menos nas palavras do fabricante de um dos smartphone mais populares, fora dos chamados “grandes”.
Na verdade, este conceito de primeiro amadurecer as tecnologias, depois criar uma necessidade no ser humano e só depois as colocar nos smartphones, faz escola há muitos anos noutra grande marca e sempre foi criticada por fazer essa gestão. Sim, a Apple faz isso e agora, afinal outros seguem-lhe a pisada!
NFC? Para quê, ninguém usa!
Na apresentação do novo OnePlus 2, muitos utilizadores notaram a falta de alguma tecnologias que eram dadas como certas, de agora em diante.
A razão é fácil de perceber e os responsáveis justificaram assim: “ouvimos muitos utilizadores da versão One do OnePlus e a maioria não usava o NFC.” Assim, segundo a experiência de utilização da maioria dos utilizadores, era inútil ter NFC e foi removido.
Mas e o Android Pay e a troca de músicas, fotografias e o usar os dispositivos apenas com o aproximar do telefone?
São poucos. Os que usam são em número residual e a marca “fez as contas” e não achou que fosse útil, pelo menos para já! Isto é um ponto de viragem importante, tanto no conceito, como no que toca a poupar nos custos de produção.
Mas a falta de NFC será crítico para o negócio da OnePlus?
OnePlus 2 não suporta carregamento rápido ou sem-fios
Aqui é outro problema: mas então a indústria não estava a evoluir para o carregamento poder ser feito o mais rápido possível e, já agora, sem-fios?
Bom, estar até está, mas quem é que leva consigo a base de carregamentos sem-fios? Quem investe noutras bases em vez de ligar o smartphone à tradicional tomada eléctrica ou mesmo à porta USB do seu computador?
O OnePlus 2 não suporta a tecnologia de carregamento rápido da Qualcomm ou qualquer outro tipo de tecnologia para o efeito. Também não traz suporte para carregamentos por indução, nada, é inútil, ninguém usa isso, diz o fabricante.
Mas não vem equipado com uma porta USB Tipo C? Vem, mas atenção, não vamos confundir com USB 3.1 pois o OnePlus 2 é um dispositivo USB2.0. Então não era viável carregamento rápido, especulamos nós!
Isto porque a tecnologia Qualcomm Quick Charge necessita de controladores de energia compatíveis, que são estruturas electrónicas físicas. Mas, os controladores de energia têm de ser compatíveis com determinadas especificações USB, e não é óbvio que os controladores actuais funcionem com USB tipo C, em pleno!
Resumindo, aqui poderá ser por incompatibilidade das escolhas do hardware, algo que conseguisse tornar o controlador de potência adequado que suporte tanto USB Tipo C como Carregamento Rápido 2.0.
Isto porque é curiosa a “reengenharia” feita na porta Tipo C no OnePlus 2. Basicamente é uma porta microUSB 2.0 e aqui poderá estar a resposta, não é claro que exista uma interface de gestão de energia que seja “plug and play” capaz de manter as suas capacidades de carregamento rápido.
Mas para quê investir nesta tecnologia se, de acordo com a OnePlus, uma carga completa leva “menos de 3 horas e 20 minutos?
Mas a falta de Carregamento Rápido e/ou sem-fios será crítico para o negócio da OnePlus?
Na verdade serão cada vez mais as marcas que terão de fazer apostas, de escrutinar o que vale a pena ou não colocar no smartphone e reflectir quer nos custos de produção quer depois no mercado de consumo.
Na verdade serão cada vez mais as marcas que terão de fazer apostas, de escrutinar o que vale a pena ou não colocar no smartphone e reflectir quer nos custos de produção quer depois no mercado de consumo.
Quem usa NFC já agora e para quê?
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