quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

Mais canais de TDT só em 2016 e com adaptação dos equipamentos existentes


O Governo quer fechar a questão da Televisão Digital Terrestre ainda antes do final do mandato. Baixo número de canais pode condicionar sobrevivência da TDT

 

A Televisão Digital Terrestre promete continuar a dar que falar ao longo dos próximos anos. Isto porque mesmo que fique definido se serão acrescentados mais canais ao sinal aberto, e quais, o processo acabará por nunca avançar antes de 2016.

É vontade do ministro Miguel Poiares Maduro deixar a pasta “fechada” até ao final do mandato. Mas todo o processo de negociação e decisão não tem sido fácil e o Diário Económico cita mesmo o responsável político a dizer que “qualquer solução é extremamente complexa e difícil”.

Em causa está o facto de não bastar uma decisão governamental. É necessária uma articulação com as entidades reguladoras – ANACOM e ERC – e também com os canais privados em sinal aberto. A SIC e a TVI já se mostraram pouco recetivas a novos canais, com quem teriam de lutar pela receita publicitária, defendendo por exemplo a aposta em emissões em HD.

Mas não é só. A TDT em Portugal vai ao que tudo indica sofrer uma reconfiguração pois vai ser alvo de uma substituição da rede de frequência única pela rede de frequência múltipla (MUX). E isto vai obrigar à reorientação das antenas e possivelmente à reconfiguração de alguns equipamentos.

"Não tem sentido estar a proceder, neste momento, ao alargamento da TDT para um novo MUX - que pode implicar custos de adaptação dos equipamentos - quando é previsível que, após a mudança tecnológica do processo de substituição da rede que a Anacom tem em curso, se tenha de proceder a nova mudança dos equipamentos", disse fonte do gabinete do ministro Adjunto e do Desenvolvimento Regional ao DE.

Esta mudança técnica terá de ser validada pela União Internacional das Telecomunicações (ITU na sigla em inglês) e a tomada de decisão só está prevista para novembro deste ano.

"Mesmo que se conseguisse resolver a questão de forma a permitir, no imediato, a abertura de mais um canal, isso iria dificultar uma decisão mais estrutural e ambiciosa para a TDT, que para sobreviver a médio/longo prazo não pode estar limitada a um número muito pequeno de canais", revelou a mesma fonte.

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