As regras dizem que as alterações de preços devem ser comunicadas com 1 mês de antecedência, e tradicionalmente as operadoras de comunicações têm avisado os clientes – por SMS ou nas faturas, consoante o caso - colocado a informação nos sites, junto aos tarifários, mas muitas vezes os dados são difíceis de encontrar e as contas de fazer.
Este ano a NOS e a MEO já fizeram parte do trabalho, avisando os clientes para as mudanças que têm efeito a partir de 1 de janeiro, mas a Vodafone volta a estar atrasada, o que já aconteceu no ano passado, e conta divulgar os novos valores só a16 de dezembro, para entrarem em vigor a 16 de janeiro.
O atraso na comunicação está a deixar alguns clientes ansiosos, sem saberem qual o peso que os aumentos vão ter no seu orçamento mensal, sobretudo porque as telecomunicações já têm um impacto importante no cabaz de compras das famílias.
Tito Rodrigues, responsável pelas relações institucionais da DECO disse que o número de queixas sobre esta matéria é ainda reduzido, mas confessou que também na associação de proteção de consumidores tinham procurado a informação sobre os novos preços sem a encontrar.
Recordando outros anos em que em novembro já havia certezas sobre os aumentos a aplicar, Tito Rodrigues admite que poderá haver práticas diferenciadas na aplicação dos aumentos, sendo alguns válidos apenas para novos clientes, até porque a justificação do aumento da inflação se torna fraca.
“Olhando para um aumento de 3% no ano passado, com uma inflação próxima do zero, e num ano em que se esperam valores muito baixos ou deflação, é difícil justificar novos aumentos na ordem dos 3%”, explica.
Este é porém o valor que está em cima da mesa para os diferentes pacotes de telecomunicações, desde os triple, quad e quintuple play aos pacotes individuais de internet ou telemóvel, o que pode ter um peso de mais um euro na fatura por mês em pacotes mais caros.
Atualmente as faturas de comunicações têm um peso entre 3 a 5% nas despesas mensais, considerando o rendimento médio das famílias, estima a DECO, e por isso não é displicente começar a fazer contas aos aumentos.
A aplicação de regras de fidelização de 24 meses aos novos contratos – ou alterações dentro do mesmo contrato – acaba por prender os clientes a estes tarifários, limitando a flexibilidade, um processo que tem vindo a ser questionado pela DECO.
Afinal quanto vai aumentar a fatura?
Quem quer saber já quanto vai aumentar a sua fatura de telecomunicações pode contactar o operador e perguntar os valores, ou passar pelo longo processo de procurar a nova informação nos sites.
A MEO garante que já tem a informação sobre os novos preços online há cerca de um mês, num PDF com 11 páginas que tem todos os detalhes dos aumentos nos vários tarifários e que está quase escondido nas linhas de informação junto aos vários quadros de preços para as diferentes ofertas da empresa.
Se quiser ser rigoroso e ver os dados pode fazê-lo neste link, mas em termos gerais a PT Portugal vai aumentar os tarifários uma média de2,5%, para todos os clientes, embora em alguns casos os acertos aos cêntimos possa “engordar” este valor.
Pacotes Triple, Quadruple e Quintuple play (com TV + Net+ Telefone + Telemóvel e Internet móvel), para serviços de Fibra, ADSL e Satélite, estão na lista, mas também assinaturas e as chamadas das linhas fixas e móveis estão detalhadas.
Na NOS a informação da alteração de preços foi também feita aos utilizadores individuais e empresas, mas a procura da informação detalhada é igualmente difícil. Não foi possível perceber quando terá sido colocada online a informação, mas nas páginas a indicação da última alteração realizada data de hoje, 5 de dezembro.
A empresa optou por separar a informação para os clientes com Fibra e com Satélite, o que simplifica a consulta mas não a complexidade da informação.
Em média os aumentos rondam os 3% depois de no ano passado ter rondado os 2,5%, e é aplicável a todos os clientes e todos os tarifários.
Os clientes da Vodafone ainda têm de esperar mais algum tempo antes de fazer contas ao orçamento para 2015 porque a empresa só deverá divulgar os tarifários a 16 de dezembro, para aplicação 1 mês depois, a 16 de janeiro. Já no ano passado a operadora se atrasou na apresentação dos tarifários, aplicando os novos preços apenas em fevereiro.
Nos últimos anos o aumento de preços tem rondado os 3%, chegando em alguns casos pontuais aos 5%, sempre fundamentado pela inflação, que tem ficado abaixo deste valor e que agora poderá até ser negativa. Mesmo sem qualquer indexação legal dos preços à taxa da inflação esta é uma situação que as operadoras não vão conseguir justificar durante muito tempo…
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