segunda-feira, 17 de novembro de 2014

Análise Billy 4.7 ..... Yezz


Esta é uma análise tanto à performance do primeiro telemóvel da marca em Portugal, o Billy 4.7, como à ambição da empresa norte-americana em querer desafiar a Nokia. Venham mais smartphones Yezz, a Microsoft e o mercado agradece.



É sempre bom ver novas marcas de telemóveis a chegarem ao mercado. A Yezz, empresa norte-americana, começou a operar em Portugal no início deste ano e lançou sobretudo smartphones Android: tem também um telefone básico e um telemóvel inteligente dedicado para o público sénior.

Mas o que a empresa fez diferente de outras marcas, como a bq e a Wiko, foi apostar num sistema operativo não muito explorado. Quem quiser comprar um Windows Phone 8.1 ou compra Nokia ou não compra nada – é preciso ir a lojas online para encontrar modelos lançados internacionalmente.

E basta perceber que o Android é atualmente o sistema operativo mais usado do mundo pela estratégia definida relativamente aos fabricantes parceiros, para também perceber que mais fabricantes é sinónimo de evolução do ecossistema.

Portanto a aposta da Yezz no Windows Phone é boa para a Microsoft – porque expande o sistema operativo – e é boa para os consumidores – que tendo mais opção de escolha, estão mais protegidos.

E a aposta da Yezz em Portugal é especialmente positiva, pois significa que a marca vai fazer no Windows Phone o que já tenta fazer no Android: disponibilizar equipamentos que lutam pela melhor relação qualidade-preço.

O que vale então o Yezz Billy 4.7?


Billy, de Bill GatesTodos os smartphones Windows Phone da Yezz vão ter a denominação Billy, sendo que o número serve depois para definir o tamanho de ecrã – e ajuda a distinguir os diferentes modelos. Billy acaba por funcionar como uma homenagem ao fundador da Microsoft, Bill Gates, e um dos principais responsáveis por ter tornado o sistema operativo Windows como uma parte integrante da vida de milhões de pessoas.

O primeiro Billy lançado pela Yezz em Portugal tem um ecrã de 4,7 polegadas e uma resolução de 1280x720 píxeis. O tamanho do painel ajuda a que o telemóvel consiga uma estrutura acessível e manuseável apenas com uma mão, e a qualidade do mesmo faz com que a experiência de visualização seja quase sempre agradável.



Como o Windows Phone faz-se de cores opacas, a questão da qualidade do ecrã também ganha outro destaque pois em smartphones com resoluções inferiores, os elementos perdem definição e por consequência, a intensidade das cores também diminui. Neste Yezz Billy não é isso que acontece.

Já em condições de forte luminosidade o telemóvel não consegue ter um desempenho tão bom, pelo que será necessário ter a luminosidade no máximo e uma mão a fazer sombra para conseguir ver os conteúdos sem dificuldade.

Ainda ao nível do aspeto, uma palavra de parabenização à Yezz por ter conseguido criar um equipamento ergonomicamente bonito, fino, mas acima de tudo, com um peso que parece “impossível”. Mesmo não sendo o smartphone mais leve do mercado, o Billy 4.7 consegue causar espanto em todos os que nele pegam, pelo seu baixo peso. Ainda que esta não seja a ideia da marca, este smartphone faz lembrar um pouco os iPod Touch da Apple ao nível da espessura e da leveza.

Mas quem dá também tira  reprime a escolha do material escolhido para fabricar as capas traseiras – que são amovíveis, vindo três de origem com o telemóvel. O plástico atrai todas as dedadas e gordura que existam por perto e é preciso uma boa esfrega para que as mesmas desapareçam. A capa azul, a que o TeK usou nos testes, esteve constantemente marcada e isso é um ponto negativo, sobretudo em comparação direta com os smartphones da Nokia.

Botões bem destacados e fáceis de encontrar na lateral do equipamento, coluna única na parte traseira – o som do telemóvel deixa um pouco a desejar sobretudo nas reproduções de alto volume – e três botões físicos à frente compõe a restante componente física do telemóvel.

Bem construído, robusto, muito leve e não muito limpo, são estas as impressões a reter.


Desempenho a la Windows PhoneO Windows Phone não é um sistema operativo muito exigente a nível gráfico e de transições, pelo que mesmo em equipamentos de média e baixa gama o software tem um desempenho muito aceitável. O Billy 4.7 é um claro exemplo desta mais valia do software da Microsoft.

O Yezz Billy 4.7 tem um processador de quatro núcleos a 1,2Ghz, 1GB de memória RAM, unidade de processamento gráfico Adreno 402 e 8GB de armazenamento interno. Mesmo não sendo portentoso ao nível de especificações, apresenta características suficientes para a maioria das utilizações.

Onde o smartphone norte-americano fica curto é ao nível do desempenho gráfico. Jogos recentes como FIFA 15 UT e Angry Birds Epic não são executados de forma satisfatória. No caso de jogo de futebol a performance pode mesmo ser classificada de muito má já que não permite a prática do jogo.

Mas outros títulos, como Heroes of Order & Chaos e Tentacles: Enter the Mind, já foram executados com relativa qualidade e facilidade.

Nota-se que para abrir as aplicações o smartphone da Yezz não é o mais rápido, mas quando estas estão abertas não apresenta qualquer problema de desempenho. Também foi visível uma quebra no desempenho quando se tentava aceder a uma aplicação através do menu “últimas aplicações” - o que devia ser retomado de forma instantânea obrigava no entanto a algum tempo de loading.



Navegar na Internet, nas redes sociais e fazer consulta de emails são atividades que não apresentam problemas a este equipamento. Não só ao nível do desempenho como ao nível da velocidade. O carregamento de páginas Web é rápido, assim como de fotografias no Instagram ou no 480px – a versão não oficial do serviço 500px.

No software o Billy 4.7 fica claramente a perder para os telemóveis da Nokia-Microsoft, isto porque as empresas desenvolveram aplicações específicas para a gama Lumia na tentativa de criar algum factor de diferenciação para a concorrência noutros sistemas operativos.

Acaba-se por se sentir falta dessas apps pois a Windows Phone Store ainda não é farta em aplicações – especialmente para quem gosta de ir à loja descobrir novas apps e sair de lá com uma mão cheia de novos software móveis para experimentar.


Bem-me-quer, mal-me-querExistem mais três pontos que  gostava de referir sobre o Billy 4.7: um a favor, um contra e outro “assim-assim”.

No campo positivo o facto de o telemóvel ter suporte para dois cartões SIM, uma característica que apesar de ser descriminada por muitos utilizadores faz uma grande diferença ao nível prático: sabendo ainda para mais que cada vez mais adultos aderem aos tarifários destinados para jovens devido à grande competitividade ao nível de preço.



















Yezz Billy 4.7


O elemento “assim-assim” é a bateria. O Windows Phone tem um bom sistema de gestão energética pelo que quase parece não haver consumo quando o telemóvel está inativo, mesmo tendo o Wi-Fi ou plano de dados ligado.

Agora quando o utilizador desperta o equipamento, sobretudo para as tarefas mais exigentes, a bateria começa de imediato a dizer adeus. Os utilizadores podem por isso conseguir sem grande dificuldade dia e meio de utilização, mas se jogos, fotografia e vídeos são a vossa preferência em dispositivos móveis, preparem-se para carregar o equipamento todas as noites.

Por fim, nota “menos” para a câmara fotográfica do equipamento. O sensor capaz de produzir fotografias de oito megapíxeis é fraco, não apresentando definição, detalhe nem cor nas imagens. Em ambientes de luminosidade reduzida os resultados são ainda menos entusiasmantes.



Considerações finais
A Yezz pede 199 euros pelo Billy 4.7. Não é um mau preço, é acessível e ajuda a elevar as opções de escolha nos Windows Phone, sobretudo dentro do segmento low cost e média gama. Mas não nos parece que seja o preço certo.

Talvez 179 ou 169 euros fosse um valor mais acertado para o telemóvel. Não pela falta de qualidade do mesmo – mesmo não sendo construído em materiais premium, está muito bem desenhado e tem uma fluidez que muitos outros equipamentos vão invejar. É mais pela estratégia que a Yezz quer implementar no mercado português.

Se querem combater com a Nokia-Microsoft, como definiram, e atualmente não têm as mesmas armas, é necessário fazer concessão nalguns pontos e o preço é aquele que mais atrai os consumidores. Depois é também o elemento que ajuda a fazer a pesagem final do equipamento no que diz respeito à sua qualidade global.



É um bom primeiro exemplo do que a marca consegue fazer e a missão de querer combater com a Nokia-Microsoft não é descabida. O Billy fica a perder em conteúdos exclusivos e ao nível da fotografia onde a Nokia também é forte. Pouco mais.

No fim fica a ideia de que Yezz, they can. E Yezz, os consumidores precisam de um maior leque de opções, sobretudo fora do ecossistema Android.

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