A tecnologia 5G só tem chegada prevista para 2020, mas para os responsáveis da Alcatel-Lucent ainda há um longo caminho a percorrer até lá. Um caminho que pede maior robustez, inteligencia e flexibilidade, em vez de novos patamares de velocidade.
"Ligações 4,5G? Mas o que é isso? Vai ser possível navegar na Internet móvel a 500Mbps? Teremos streaming do YouTube sem interrupções? O que é que as empresas ganham com isso?"
Tudo o que se possa pensar sobre as ligações 4,5G como um aumento na velocidade de débito da Internet de banda larga é desvirtuar o conceito que a Alcatel-Lucent tem para a tecnologia. A empresa já está a aplicar o sistema no seu campus de investigação e espera que em 2016 possa ser uma oferta comercial em toda a linha.
No fundo as ligações 4,5G são a estrada que vai levar ao 5G. Mas em vez de mais megabits por segundo, os utilizadores vão poder ter ligações mais consistentes, com melhor qualidade. Imagine que está num evento com milhares de pessoas e que apesar de ter as barras de rede do telemóvel cheias, continua sem conseguir mandar mensagens. O 4,5G quer resolver exatamente este problema.
A resolução da Alcatel-Lucent passa pela distribuição e implementação de pequenas torres telemóveis(celulares) – do tamanho de routers – que podem ser aplicadas em qualquer sítio. Estas small cells suportam tanto redes 3G, 4G, como Wi-Fi. E os utilizadores vão poder aceder a redes distribuídas através da Internet.
As redes “virtualizadas” têm a vantagem de serem modulares e escaláveis, isto é, podem funcionar em diferentes ritmos: se houver muita procura será dada uma resposta à altura, caso contrário o ritmo de funcionamento mantém-se baixo.
“Não cremos que seja possível pensar em redes como as construímos atualmente”, disse o diretor executivo da Alcatel-Lucent, Michel Combes, durante a conferência de imprensa.
“O mercado das comunicações wireless precisa de mais flexibilidade na arquitetura. Se virtualizarmos pedaços da rede conseguimos desbloquear a escalabilidade da estrutura”, explicou o vice-presidente da empresa, Michael Schabel.
O executivo fez questão de lembrar que atualmente a capacidade de resposta das redes é mais importante do que a velocidade que permite atingir. E este é um cenário cada vez mais crítico à medida que cada vez mais pessoas estão conectadas à grande rede e passam mais tempo em serviços online.
Depois as small cells também terão capacidade para responder às necessidades específicas de algumas entidades, como as empresas. Nas grandes organizações por vezes a cobertura de rede móvel não é a melhor e com o aparecimento de tendências como o Bring Your Own Device (BYOD) a exigência para as estruturas de comunicação é cada vez maior.
Por fim, e depois da massificação dos pequenos módulos de telecomunicações, estará aberto o caminho para as redes 5G. Pois como a estrutura é escalável, todo o investimento que as operadoras de telecomunicaçoes fizerem agora terá de ter sempre em pensamento a explosão no consumo de conteúdos online que continuará a acontecer durante os próximos anos.
A pensar na comercialização do conceito a Alcatel-Lucent firmou uma parceria com a Accenture para que as small cells comecem a ser uma realidade junto das empresas e consequentemente uma realidade na vida de mais pessoas.
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