O jornal El Mundo publicou hoje na sua edição online um vídeo amador de cerca de cinco minutos com parte da declaração da infanta Cristina, no sábado, perante o juiz José Castro, onde estava proibido o uso de telemóveis.
No vídeo, gravado com uma câmara amadora, vê-se a filha de Juan Carlos, de costas, a responder a algumas das perguntas que o juiz colocou durante o longo interrogatório de cinco horas.
Este excerto do interrogatório centra-se nas atividades do Instituto Nóos e mostra, por várias vezes, a infanta a responder com a frase: “não me lembro”.
Fontes jurídicas que ouviram o interrogatório conduzido pelo juiz José Castro explicaram que a infanta disse que sempre assinou tudo o que lhe pedia o seu marido, Iñaki Urdangarin, com quem partilhava o controlo da empresa Aizoon. ”Em 95% das respostas a infanta disse nao saber, nao conhecer ou que confiava no marido”, disse um dos advogados, durante a pausa da manhã, aos jornalistas.
A infanta reiterou desconhecer aspectos da gestão da empresa de que era proprietária com o seu marido em quem disse confiar totalmente.
Juiz considera gravação “inqualificável”
O juiz de instrução espanhol do caso Nóos, José Castro, considerou hoje “inqualificável” a gravação não autorizada de parte da declaração à infanta Cristina, no sábado, tendo ordenado já uma investigação.
À chegada ao tribunal hoje, Castro disse aos jornalistas ter “suspeitas” de quem entre as cerca de 40 pessoas presentes na sala terá feito o registo amador em vídeo, divulgado hoje pelo jornal El Mundo. ”Temos algumas suspeitas mas não as posso revelar, claro“, disse.
O juiz já tinha ordenado uma investigação para saber quem tinha registado uma foto publicada também pelo El Mundo, no domingo.
Recorde-se que José Castro tinha determinado que o depoimento da infanta Cristina seria gravado apenas em áudio e que estava proibido o uso de qualquer dispositivo que permitisse a gravação de imagens.
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