Projeto da PSA Peugeot Citroën deve substituir até 80% do gasto com gasolina por meio da utilização de nitrogénio comprimido
Um veículo inteiramente movido a ar é algo que normalmente ocupa a tenra idade de cabeças particularmente inventivas — o tipo de projeção normalmente acompanhada por coisas como “um dia”. Mas esse dia deve estar mais próximo do que nos parecia há até pouco tempo. Dois engenheiros da PSA Peugeot Citroën acreditam, de facto, no ideal infantil.
Ao utilizar duas tecnologias bem conhecidas da indústria — o motor a gasolina e o sistema hidráulico —, Andrés Yarce e Karim Mokaddem contornam o velho problema de projetos baseados no ar como combustível. Trata-se da necessidade de energia para gerar energia, já que é preciso comprimir o gás para que ele devolva algum trabalho. E o resultado pode ser algo interessante tanto do ponto de vista económico quanto do ecológico.
(Fonte da imagem: Divulgação/PSAPeugeotCitroën)
Até 80% de economia
Para contornar a questão, o projeto Hybrid Air, coordenado pelos dois, apareceu com um sistema relativamente simples mas bastante eficiente. Conforme mostra o esquema acima, trata-se de um motor híbrido formado por dois tanques de nitrogênio, uma bomba hidráulica e um motor convencional movido a gasolina.
Dessa forma, embora não tenha concebido um carro totalmente movido a ar atmosférico, o projeto Hybrid Air garante ser capaz de reduzir o consumo de combustíveis convencionais entre 60% e 80%, dependendo da utilização do veículo.
(Fonte da imagem: Divulgação/PSAPeugeotCitroën)
Eis como a coisa funciona:
- O carro híbrido utiliza nitrogénio comprimido, o qual é armazenado em um tanque de alta pressão;
- Uma bomba hidráulica e um pistão comprimem o nitrogénio para dentro do acumulador — de forma que, quando o gás é liberado (através do pressionamento do acelerador), a bomba acaba por funcionar em sentido reverso, passando a atuar como um motor. A energia do fluido hidráulico em movimento envia força para as rodas;
- Uma vez que o fluido tenha passado pelo motor, ele escoa para o acumulador com menos pressão, sendo reservado para utilização futura; e
- Um motor movido a gasolina entra em ação em aclives ou qualquer momento em que uma aceleração mais pronunciada se faz necessária. Entre os modelos possíveis, encontram-se o I3 de 1.2L e 82 cavalos de potência (nos subcompactos) e o I4 de 1.6L e 110 cavalos de potência (nos compactos).
Um híbrido com vantagens adicionais
Durante uma utilização normal, o projeto da Peugeot Citroën deve funcionar basicamente como um híbrido elétrico-gasolina. Entretanto, em termos de produtivos, o Hybrid Car é tanto mais leve quanto mais barato, trazendo ainda a vantagem de não precisar reservar um espaço generoso dentro da estrutura para uma bateria de longa duração.
“O sistema foi desenvolvido para durar tanto quanto o próprio carro”, explicou Yarce. “A única manutenção possível deve ser uma recarga de ar.”
(Fonte da imagem: Divulgação/PSAPeugeotCitroën)
De qualquer forma, o resultado do protótipo fez tanto sucesso que a PSA Peugeot Citroën decidiu colocar logo os veículos em fabricação. De fato, o Hybrid Air deve aparecer como opção em todos os Citroën e Peugeot subcompactos na Europa (e possivelmente em mercados internacionais) em 2016. Embora nenhum preço tenha sido anunciado até o momento, foi dito que o valor final deve ser praticamente o mesmo de outros híbridos movidos a gasolina.
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