A China conseguiu fazer aterrar este sábado uma sonda espacial na Lua, pela primeira vez, numa proeza só realizada até agora pela Rússia e pelos Estados Unidos.
A alunagem da sonda "Chang'e-3", transmitida em direto pela televisão chinesa, ocorreu às 21:12 (13:12 em Lisboa).
A sonda, lançada no passado dia 02 de dezembro, transporta um veículo robotizado, o "Yutu" (Coelho de Jade), que irá proceder a diversas investigações científicas.
Foi também a primeira alunagem do século XXI e a primeira vez que a China conseguiu colocar uma sonda num corpo celestial.
A "Chang'e-3" começou a desacelerar quando se encontrava a 15 quilómetros da superfície da Lua, num processo que iria durar doze minutos e sem qualquer intervençãoo exterior à sonda, publicou a agência noticiosa oficial chinesa, citando as autoridades espaciais.
"Chang'e", em chinês, significa "Deusa da Lua".
Há duas semanas, o porta-voz da Administração Estatal para a Ciência, Tecnologia e Indústria de Defesa Nacional, Wu Zhijian, considerou a missão da Chang'e-3 "a mais complexa" jamais realizada pelo programa espacial chinês.
O veículo robotizado que vai a bordo da sonda, o "Yutu", tem seis rodas e está equipado com quatro câmaras e dois "braços" mecanizados. Pesa 140 quilogramas e move-se a energia solar.
As tarefas atribuídas ao "Yutu" incluem o estudo da estrutura geológica e das substâncias existentes na superifície, bem como a pesquisa de recursos naturais.
"Mais um momento histórico para nós", disse um apresentador da televisão chinesa durante a transmissão da alunagem.
China no clube onde só estavam Rússia e Estados Unidos
Rússia e Estados Unidos enviaram várias missões à lua desde a década de 1960, mas a última alunagem - antes da viagem da "Chang'e-3" - foi realizada em 1976, pela então União Soviética.
A China só lançou o primeiro astronauta, Yang Liwei, em 2003 - quatro décadas depois da Rússia e dos Estados Unidos - mas está a recuperar rapidamente o atraso.
Em 2012, pela primeira vez, uma nave espacial tripulada chinesa acoplou com o protótipo de uma estação espacial, demonstrando o domínio de uma tecnologia que apenas aqueles países possuíam.
No espaço de uma década, a China colocou em órbita mais de uma dezena de astronautas, entre os quais duas mulheres.
"Comparada com a corrida espacial do século passado entre os Estados Unidos e a então União Soviética, o atual regresso da Humanidade à lua é mais baseado na curiosidade e na exploração do universo desconhecido", disse o vice-engenheiro-chefe do programa lunar chinês, Sun Huixian, citado hoje pela Xinhua.
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