Depois de Fim de semana:
Porto 4 - 0 Olhanense; Setúbal 0-2 Benfica; Sporting 0-0 Nacional
Os 3 grandes têm os mesmos números de pontos!
A SAD do Benfica informou o mercado nesta sexta-feira de que contraiu um novo empréstimo obrigacionista, no valor de 50 milhões de euros.
O contrato de subscrição foi assinado no dia 17, o mesmo em que um outro empréstimo, do mesmo montante, venceu e foi reembolsado.
Eis o comunicado da SAD à Comissão do Mercado e Valores Mobiliários:
A Sport Lisboa e Benfica – Futebol, SAD, em cumprimento do disposto no artigo 249º do Código dos Valores
Mobiliários, informa que assinou um contrato de subscrição particular para uma emissão obrigacionista, no montante de 50 milhões de euros, realizado a 17 de Dezembro de 2013.
As obrigações têm a maturidade de 364 dias e um cupão indexado à Euribor a 3 meses acrescido de 5,85%, tendo a emissão sido organizada pelo Banco Espírito Santo de Investimento, SA.
Mais se informa que a 17 de Dezembro de 2013 foi reembolsado o empréstimo obrigacionista por subscrição
particular no montante de 50 milhões de euros que se venceu nessa data.
Durante este tempo de Paulo Fonseca no FC Porto, o principal problema sempre foi o meio campo.
É verdade que a defesa ofereceu três ou quatro golos. E também é verdade que nas alas não reina propriamente o entusiasmo. Mas o meio campo é que era.
A entrada de Carlos Eduardo permitiu ao FC Porto ter alguém que aparece em vez de alguém que está.
O brasileiro cai nas alas, procura a bola junto de Fernando e Lucho e nem por isso deixa de surgir perto de Jackson e de se colocar em boa posição para rematar.
Como é um rapaz humilde, como afirmou o treinador, acrescenta a isto trabalho sem bola, um aspecto que mais tempo de futebol europeu ajudará a consolidar.
Carlos Eduardo tem
24 anos e provavelmente não jogará sempre a
este nível. Mas é uma ótima opção.
Dito isto, não compro o discurso de Paulo Fonseca sobre a gestão do brasileiro.
Entre Quintero, Herrera e Carlos Eduardo, o brasileiro seria sempre o mais adaptado a Portugal e aquele que teria melhores condições para poder entrar na equipa. Afinal, é mais velho e já jogava em Portugal. E no entanto foi logo afastado da lista para a Liga dos Campeões e remetido para a equipa B.
Neste processo, existiu uma de duas coisas: má avaliação dos três médios em questão ou uma opção ditada pelo custo de cada um deles. Deixar para trás Carlos Eduardo era a solução mais fácil. O tempo está a provar que foi um erro.
O tempo poderá também, um dia, apresentar-nos Herrera como um jogador importante no FC Porto e Quintero como um futebolista que entende o mínimo sobre os aspetos táticos do jogo para não ser outro Iturbe. Como o futebol é um jogo que mantém uma relação nem sempre linear com o tempo, é evidente que Carlos Eduardo é, neste momento, a melhor opção. E no futebol só há jogos hoje.
Amanhã é sempre longe de mais.
Bruno de Carvalho, presidente do Sporting, foi à sala de imprensa do Estádio José Alvalade após o nulo caseiro com o Nacional:
«Devo dar os parabéns aos presidentes dos clubes que estão connosco em primeiro lugar, porque conquistaram dois pontos hoje. E é isso que faz deles bons presidentes, e de mim mau. O problema deste jogo não é um lance. Isso é fazer de nós parvos. Houve uma violência tremenda na primeira parte, e isso condiciona. Houve uma agressão ao Jefferson que nem falta é, foras de jogo mal assinalados, várias jogadas que roçam a violência, e depois um lance em que é preciso uma capacidade de visão muito boa para ver qualquer falta. Há que dar os parabéns a quem ganhou dois pontos aqui.»
[o árbitro estava condicionado à partida?] «Condicionado estou eu, com dor de garganta. O árbitro não faço ideia. Mas hoje senti vergonha por pertencer ao mundo do futebol.»
[que disse ao árbitro no final do jogo?] «Desejei-lhe um bom natal. Se foi só isso? Foi muito mais, mas aparecerá no relatório. Não tenho medo do relatório. Disse o que disse aqui: que tive vergonha hoje de pertencer ao mundo do futebol.»
«Sinto vergonha. Há pessoas que não, mas eu sinto. Já dei os parabédns aos presidentes que ganharam aqui dois pontos. Eles são excelentes, eu não.»
[qual o motivo pelo qual dá os parabéns a Luís Filipe Vieira e Pinto da Costa?] «Não atuaram aqui e ganharam dois pontos. O Jefferson leva amarelo depois de uma agressão, o André Martins sai lesionado...»
Opinião sobre o Presidente do Sporting
É capaz de ter chegado o tempo em que é preciso escrever duas ou três coisas sobre Bruno de Carvalho.
Tem feito um bom trabalho. Escolheu bem o treinador, formou o plantel possível, tem sido
coerente e consistente. Em muitos momentos, comunica bem com os adeptos. Tem um discurso ajustado com a estrutura do futebol, o que parece simples mas muitos já provaram que é complicado.
Percebe-se que a primeira fase era esta, estancar a dor, organizar, equilibrar. Por esta altura talvez já se esperasse um pouco mais sobre o que deve seguir-se. Menos sportinguismo de almoço e mais explicação sobre o que se pretende. Apostar na Academia, dar tempo aos mais jovens, eventualmente não voltar a ter, nos próximos anos, como objetivo ser campeão? Seráisto mais um ano, três, dez?
Além deste Bruno de Carvalho, que dirige, até ver muito bem, o clube, há o outro, o que se senta no banco.
Esse Bruno de Carvalho, o adepto, é o que festeja os golos e abraça dos jogadores no final dos jogos felizes. Ou dirige-se aos árbitros quando as coisas não saem bem. Foi assim na Luz, voltou a ver-se este sábado, depois do empate em Alvalade.
Por alguma razão, os adeptos estão nas bancadas, longe dos árbitros e dos microfones. É que os adeptos amam e sofrem. Para eles quem apita está sempre do contra, nunca há faltas para grande penalidade na sua área e os seus avançados nunca estão fora de jogo, os auxiliares é que veem mal. Ou bem de mais. Os adeptos são, muitos deles, isto. E isto tem de ser mantido a alguma distância do jogo e de quem procura vê-lo de forma isenta.
A presença de Bruno de Carvalho no banco é uma exceção a essa regra. Uma exceção perigosa, do meu ponto de vista. O exemplo que deu no final do dois jogos referidos foi muito mau. Face à forma de dirigir populista que adotou desde o início, este tipo de comportamento poderá um dia ter consequências muito negativas.
Bruno de Carvalho, o adepto, tem também um acesso insólito aos microfones. Quando perde usa-o para insultar quem não está de acordo com as suas ideias. Esta prática, além de demonstrar uma preocupante incapacidade para conviver com a crítica, é inaceitável. E potencialmente perigosa.
Quem pensa como adepto não sente sequer a necessidade de propor algo que ajude a melhorar o que critica. Os adeptos só querem duas coisas: ganhar ou, em caso de frustração, encontrar rapidmente um culpado para o desaire. Deve ser por isso que Bruno de Carvalho ainda não conseguiu tempo para apresentar um documento com ideias que ajudem a melhorar o futebol português.
O presidente do Sporting, pelo contrário, tem quem lhe publique um index dos que ousam não estar de acordo com a sua doutrina. Refletir é um pouco mais complexo, de facto.
Bruno de Carvalho tem de decidir se deseja continuar a ser um adepto ou se pretende tornar-se um dirigente capaz de deixar obra não só no Sporting como também no futebol português. Como disse que ia pensar na vida, esperemos.
NOTA: quando
oiço discursos como o de Bruno de Carvalho depois do jogo com o Nacional tenho vergonha do futebol português. Na verdade, nada disto é novo. Só mudam os nomes. Hoje Bruno, ontem Luís, Jorge, João, Pimenta, Bartolomeu, Valentim. Coisa triste e lamentável esta.
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