Os tablets estão na lista de presentes desejados por muitos portugueses, mas perante a enorme variedade da oferta surgem dúvidas frequentes sobre as melhores opções. Uma ajuda na escolha com um guia ajustado a diferentes critérios.
Nas últimas semanas avolumam-se junto às prateleiras das lojas de eletrónica de consumo, normalmente com ar inquisitivo que se junta ao "stress" normal das compras de Natal à pressão de escolher os melhores presentes sem esgotar o orçamento que nos dias de hoje é cada vez mais curto.
A julgar pelos últimos números de intenções de compra divulgados, os tablets e smartphones estão no top dos pedidos ao Pai Natal e têm lugar cimeiro nas intenções de compra neste período. E os fabricantes e lojas respondem eficazmente, inundando as prateleiras de produtos de todos os feitios e qualidades, e preços ajustados aos mais variados "recheios" das carteiras.
Hoje não é preciso gastar muito para comprar um tablet. A partir de 50 euros já se encontram modelos nas lojas, mas a diversidade das escolhas vai até acima de mil euros. E nos tamanhos há entre 7/8 e 10 polegadas, com ecrãs IPS, Retina ou Gorila Glass, 5 a 10 pontos de toque, processadores dual ou quad core…
As variáveis são tantas que é normal que muitos utilizadores se sintam baralhados na escolha, e normalmente isso nunca resulta de forma muito positiva para o resultado final. E quando o objetivo é fazer a melhor escolha, que traga a maior satisfação a longo prazo, é melhor ponderar racionalmente os diferentes fatores de escolha.
Por isso decidimos meter mãos à obra e criar uma espécie de guia de compras de tablets, pesando os vários critérios de escolha e usando a experiência dos muitos testes de equipamentos .
Por onde começar? Primeiro é preciso perceber quais os critérios principais da compra, ou seja, o que é mais relevante. O preço é fundamental? Até quanto pode gastar? E a marca, há preferências assumidas? Qual o sistema operativo (ou o ecossistema) que se ajusta melhor às necessidades de utilização? Há um tablet mais adaptado à utilização das crianças?
São estas e outras questões que vamos abordar nesta montra. Página a página tratamos cada uma das variáveis e embora convidemos todos os leitores a percorrer sequencialmente os textos, é também possível "saltar" diretamente para o tópico de maior relevância.
E no fim esperamos ter conseguido ajudar quem ainda tem dúvidas sobre o tablet a comprar.
Uma questão de preço
O orçamento é normalmente um dos grandes obstáculos na concretização de objetivos de compra. Idealmente teríamos sempre dinheiro para comprar o que mais gostamos, ou o melhor produto, mas a dura realidade não é assim.
Se os tablets já foram produtos com preços reservados a uma categoria aspiracional, acima da capacidade financeira de grande parte dos utilizadores, hoje isso já não acontece e os preços têm decido fortemente, e é difícil até acreditar que não exista dumping em alguns casos.
Em Portugal já se conseguem encontrar modelos a rondar os 50 euros, e em alguns países europeus já surgiram ofertas a rondar os 30 euros. Os tablets não são ainda oferta nas caixas de cereais, mas já faltou mais. E algumas empresas já os associam de forma gratuita a serviços, como acontece com a Proseguro, numa oferta de videovigilância para habitações privadas.
Mas como em tudo, não é possível ter o melhor de dois mundos, juntando a melhor qualidade ao menos preço… E isso também não significa que os preços mais elevados dos tablets sejam a melhor escolha em termos de qualidade e funcionalidade, já que muitas vezes há alguns fatores que inflacionam o valor a pagar, como acontece com determinadas marcas mais valorizadas.
O equilíbrio entre os dois elementos (qualidade/preço) será o ideal, mas deixamos abaixo algumas opções para quem quer navegar entre diferentes categorias de preço e fazer a sua opção.
Até 100 euros
Nesta categoria há uma oferta cada vez mais vasta e é provavelmente um dos segmentos de maior crescimento. Entre as marcas que encontrámos há alguns pontos comuns, nomeadamente a utilização do sistema operativo Android e o formato de 7 polegadas.
Na FNAC pode encontrar um modelo da Storex a 69,90 euros. O eZee'Tab tem um ecrã de 7 polegadas, um processador dual core de 1,2 GHz e 4 GB de armazenamento, mas a RAM é de apenas 512 MB. O sistema operativo é o Android 4.1 Jelly Bean e a conetividade é Wi-Fi.
Pelo mesmo preço pode comprar um Dyno 701 na PhoneHouse, com características semelhantes mas com uma versão mais antiga do sistema operativo: Android 4.0 Ice Cream Sandwich.
Em qualquer das lojas os tablets com preços abaixo dos 100 euros têm todos um conjunto de características idêntico, partilhando nomes de marcas pouco conhecidos e associados a garantias de qualidade algo duvidosas, para além de circuitos de reparação/resolução de problemas pouco fiáveis…
Até 200 euros
Nesta gama de preços começam a encontrar-se ofertas diferenciadas e cada vez mais consistentes, com nomes de marcas com maior credibilidade. Vale a pena também olhar para as promoções e eventualmente optar por equipamentos que já têm "herdeiros" mas que continuam a oferecer uma boa performance e usabilidade.
Os preços mais baixos estão naturalmente em equipamentos com ecrãs de 7 polegadas e sistemas operativos Android. O Asus MeMO Pad HD7 de 16GB pode ser encontrado por um preço a rondar os 150 euros, mas se procurar bem vai conseguir também comprar o Galaxy Tab 3 de 8 GB por menos de 140 euros, uma promoção que está a ser anunciada pela MediaMarkt.
Na gama até aos 200 euros encontra também o Surface RT de primeira geração, que está agora a 199 euros em várias lojas numa promoção que pode servir de porta de entrada no mundo dos tablets. O Surface RT tem um ecrã de 10,6 polegadas, 32 GB de RAM e atualização garantida para o Windows 8.1, sendo uma das melhores escolhas na relação mais racional entre preço/qualidade.
Nesta categoria está também a estrear-se um outro tablet Windows que merece um olhar atento, o Encore da Toshiba, que experimenta o tamanho de 8 polegadas e toda a funcionalidade do Windows 8.1.
Até 400 euros
Nesta gama as opções começam a mostrar maior variedade de formato e de alternativas de sistema operativo, abrangendo já alguns tablets iPad (os mini) e marcas com maior reconhecimento de qualidade de fabrico, resistência e apoio aos clientes.
Caem nesta categoria até 400 euros algumas versões com mais capacidade de armazenamento dos modelos Asus MeMO Pad e Galaxy Tab, mas também o Nexus 7, com ecrã de 7 polegadas e ligação 3G, um elemento que faz encarecer o peço mas que pode ser útil para quem quer tirar todo o partido da mobilidade sem estar limitado a ligações Wi-Fi.
O Apple iPad Mini de 16GB só com ligação Wi-Fi pode ser comprado por preços a partir de 299 euros, mas esta não é a versão mais recente, que tem ecrã Retina, já que esta opção faz encarecer este modelo mais pequeno da Apple para os 399 euros, disparando o preço para os 669 euros no caso do modelo com 128 GB, só wi-Fi, ou 789 euros se a opção passar por uma ligação 3G.
Também incluído neste valor está a geração 2 do iPad de 10 polegadas, já desatualizado em termos de qualidade de ecrã e processamento, mas que não deixa de ser uma compra racional para quem quer mesmo ter um iPad e não quer (ou não pode) pagar quase 500 euros pelo tablet de nova geração.
Até 600 euros
É nesta gama de preço que se encontram os modelos com características de topo de gama que se destacam pelo processamento, dimensão e qualidade do ecrã, robustez e qualidade de equipamentos e também o design.
O Surface 2, o iPad Air e o Galaxy Tab 3 de 10,1 polegadas estão todos nesta gama de preços, rondando os 500 euros nas versões mais básicas e apresentando os seus trunfos na concorrência direta com computadores portáteis.
O iPad Air pode ser comprado por valores a partir de 489 euros, na versão só Wi-Fi com 16 GB. O modelo é o mais recente da oferta da Apple, e só deverá ser substituído depois do Verão.
No mundo Windows o novo Surface 2 custa 439 euros para a versão de 32 GB, que posiciona o tablet de forma competitiva, embora quem quiser "subir" para os 64 GB tenha de pagar mais 100 euros. E há que contar com o facto de ser só com ligação Wi-Fi e sem a liberdade de instalação de aplicações que o Surface Pro tem.
O Galaxy Tab 3 de 10,1 polegadas já está no mercado há alguns meses mas continua a apresentar-se como um concorrente interessante no mundo dos Android, com um preço a rondar os 400 euros consoante a versão escolhida e com a diferenciação que passa pela aposta na utilização da caneta como interface de escrita/desenho.
Acima dos 600 euros encontra várias versões reforçadas dos tablets já referidos, consoante se adiciona espaço de armazenamento, ou ligação 3G, mas há ainda novas adições, como o Galaxy Note - o smartphone/tablet da Samsung - que tem como companheiro possível o relógio inteligente Galaxy Gear.
Verifique também outros critérios de escolha para além dos preços:
Android, iOS ou Windows 8?
Pode dizer-se que é uma questão de gosto, hábito de utilização ou simplesmente de usabilidade, mas cada um dos "mundos" acaba por ter fãs mais ou menos empenhados na defesa de um ecossistema.
A interconetividade entre os diversos equipamentos e presenças online, com serviços de redes sociais, fotografias, email, armazenamento em cloud e comunicação por voz sobre IP está garantida em qualquer dos sistemas e existe cada vez mais investimento por parte das grandes fábricas de aplicações para desenvolver nas três plataformas, com impulsos mais ou menos estratégicos da Google e da Microsoft.
Se olharmos para a disponibilização de aplicações de forma pura e dura a concorrência faz-se sobretudo entre o mundo Apple e Android/Google, ambas com mais de um milhão de apps listadas, mesmo que só uma percentagem pequena consiga atingir o sucesso. A Windows Store continua ainda atrás nesta corrida, mas a Microsoft tem-se esforçado para ter na sua loja do Windows as aplicações mais relevantes e nos últimos tempos tem sido reveladas "adesões" importantes.
Mas um sistema operativo é muito mais do que aplicações e é preciso validar de que forma se integra com todo o mundo de ferramentas de lazer -desde a área de conteúdos, fotografias, vídeos e música - e de trabalho, com acesso a software profissional e a possibilidade de ver e editar documentos de trabalho. Uma decisão que cabe a cada um e ao seu "perfil".
E quem quer apenas jogar, navegar na Internet e ver vídeos terá exigências diferentes de quem precisa de preencher notas de encomenda ou verificar extensas folhas de cálculo, não só em termos de compatibilidade como de performance.
Tablet puro ou híbrido
A utilização de tablets para substituição do computador portátil - pelo menos em algumas situações - tem sido uma tendência, pela flexibilidade e portabilidade, mas nem todas as pessoas se habituam aos teclados no ecrã.
Para quem escreve muito, e rápido, os modelos híbridos - que conjugam o tablet com um teclado - acabam por ser uma boa opção e as opções no mercado são interessantes em termos de funcionalidades e usabilidade.
O modelo de utilização escolhido pela Microsoft para o Surface é um dos mais interessantes. As capas táteis ou com teclas já foram por várias vezes elogiadas, funcionando de forma prática na ligação magnética e permitindo uma boa resposta na introdução massiva de caracteres, para além de proteger o ecrã sem aumentar de forma significativa o "volume" total.
A Asus já tinha estreado o modelo dois em um com os Transformer, que continuam a apostar em teclados rígidos - mas finos - com encaixe rápido no ecrã do tablet e a vantagem adicional de acrescentar bateria.
Tablets adaptados ao ritmo das crianças
Que se acuse o pai/mãe que este Natal não recebeu um pedido de um tablet? Os mais novos estão entre os mais ávidos "prescritores" da compra de tablets, que em muitos casos já substituíram as solicitações de consolas de jogos, mas há algumas considerações especiais a fazer, não só em termos dos equipamentos e do acesso a aplicações adequadas à idade como à própria robustez dos dispositivos.
Tablets para crianças que é uma excelente referência para quem procura fazer destes equipamentos uma oferta e não quer deixar de lado também a componente educativa.
Abaixo pode ver uma galeria de fotos com os modelos mencionados, mas vale a pena visitar também o texto publicado para mais detalhe.
Que se acuse o pai/mãe que este Natal não recebeu um pedido de um tablet? Os mais novos estão entre os mais ávidos "prescritores" da compra de tablets, que em muitos casos já substituíram as solicitações de consolas de jogos, mas há algumas considerações especiais a fazer, não só em termos dos equipamentos e do acesso a aplicações adequadas à idade como à própria robustez dos dispositivos.
Tablets para crianças que é uma excelente referência para quem procura fazer destes equipamentos uma oferta e não quer deixar de lado também a componente educativa.
Abaixo pode ver uma galeria de fotos com os modelos mencionados, mas vale a pena visitar também o texto publicado para mais detalhe.
Esperamos que este guia tenha sido útil, mas se já fez a sua pesquisa partilhe também aqui as suas
impressões sobre as escolhas de tablets nesta época festiva e altamente propicia ao consumo.
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