Moody’s volta a cortar rating da Nokia um ano depois a ter atirado para lixo
Em Julho do ano passado, a Moody’s baixou o “rating” da Nokia de Baa3 para Ba1, um nível considerado “lixo”, de grau especulativo, com uma questionável qualidade de crédito. Nessa altura a perspectiva era também negativa, o que antevia que a nota concedida pela agência poderia baixar ainda mais, como se veio a verificar hoje, sexta-feira, mais de um ano depois.
Mais tarde, em Agosto de 2012, foi a vez de outra agência de notação, a Standard & Poor's, cortar o “rating” da empresa finlandesa Nokia em dois níveis, de BB+ para BB-, colocando a classificação de crédito da fabricante de telemóveis três níveis abaixo das classificações com qualidade de investimento, ou seja, em “lixo”.
A descida foi justificada com a perda de quota de mercado da Nokia, bem como pela acumulação de prejuízos nos últimos trimestres, justificou na altura a S&P, no comunicado citado pela Bloomberg.
No início deste ano, a empresa parecia querer estar a dar significado ao provérbio português “ano novo, vida nova”, quando em Janeiro apresentou um resultado líquido positivo, de 202 milhões de euros, após sete semestres de perdas. Ainda assim, tomou a decisão de suspender os dividendos pela primeira vez em 143 anos.
Até meio deste ano tudo parecia calmo, altura em que a Nokia decidiu comprar a parte da Siemens, na empresa que as duas tecnológicas detêm em conjunto, a Nokia Siemens Network (NSN), por 1,7 mil milhões de euros. Após esta jogada empresarial, a S&P voltou à carga, descendo “rating” da Nokia para B+, depois do anúncio de que a empresa finlandesa iria comprar a parte da Siemens na NSN.
Passaram 13 dias até que os resultados do segundo trimestre do ano foram divulgados, e o pesadelo da perdas voltou assolar a empresa finlandesa. Nessa altura, a Nokia registou perdas de 227 mil milhões de euros, um valor abaixo das previsões dos analistas, mas que ainda assim ofuscou os ganhos do primeiro trimestre.
Esta quinta-feira, a Moody’s anunciou mais um corte no “rating” da Nokia, para B1, quatro níveis abaixo da nota de investimento, com uma perspectiva negativa. É o segundo corte no “rating” que a empresa finlandesa sofre em menos de dois meses, por parte de duas agências diferentes. Os constantes problemas no fluxo de caixa e na fraca procura pelos seus produtos são a razão apontada pela Moody’s para a revisão em baixa da nota.
Mesmo com o despedimento de 20 mil trabalhadores e do primeiro corte nos dividendos em 143 anos, a empresa não está a ser capaz de melhorar as suas finanças. Em nove trimestres, a Nokia perdeu mais de 5 mil milhões de euros. Os “smartphones” da fabricante europeia continuam a agradar menos aos utilizadores do que os das rivais Apple e Samsung. Nem mesmo o aumento de vendas de 32% dos “smartphones” da série Lumia, que incluem sistema operativo Windows, da Microsoft, chegam para impedir um aumento dos prejuízos.
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